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30.10.04

Asdfg Çlkjh 


clá-cál-clá-clic... merda encavalou de novo!!!
Você teve aulas de datilografia na escola? Eu tive. E sabe o que é melhor? Eu fiquei de recuperação. Curioso, não?

29.10.04

Espera 


Tic tac tic tac tic tac tic tac tic tac tac tic... opa! Chegou!

Micro-empresa 


Ah, então você vai abrir uma lanchonete? Ahhhh... e sua esposa vai cozinhar...Rapaz, eu tou LOUCO pra comer o hamburguer da tua mulher... aposto que ele é muito SUCULENTO!

Ví-tima 


Pobre garoto, com seus bracinhos curtos, amputados naquele acidente, não podia nem bater uma punheta...

Fetiche 


Não sei, hoje acordei com desejos necrofílicos... huahuahuahuahua!!!

Bem, é melhor que desejos coprofágicos, né?

Feriado de finados 


Sempre achei caixões sexies, a gente tem de ficar tão juntinho...Sexta-feira, últimos momentos antes do feriado. Feriado de finados. A viagem prometia. Iria para uma praia deserta, apenas com seu namorado, um rapaz forte, jovial. Atlético.

Feriado de finados, o dia dos mortos. Sentia sempre um desconforto nesse dia. Não que tivesse medo deles. Na verdade, era uma garota bem senso-comum: tinha mais medo dos vivos. Mas sempre tinha lembranças ruins. Por isso, sempre -sempre mesmo- fugia da cidade na época, não importando o dia em que o feriado caísse. Viajava, sempre. De preferência com seu namorado, ótima companhia.

Feriado dos mortos. Sempre lembrava do dia de finados de alguns anos anteriores. Sempre, mesmo em outras épocas do ano. Não conseguia, de maneira nenhuma, esquecer daquele feriado de finados. E não era por falta de tentativa. Tudo que queria era esquecer. Só deus sabe como queria não mais lembrar. Apagar completamente da memória. Ao menos, pôr uma pedra sobre o assunto. Mas não, não havia o que a fizesse esquecer.

Lembrava-se com riqueza de detalhes tudo que aocntecera. Poucos anos antes; quando ainda era apenas uma adolescente recém-desvirginada, iludida pelo amor eterno. Inocente, apesar de impura. Ainda não era o que se tornaria. Mas, também, só se tornou o que é por passar pelo que passou. Claro que é óbvio dizer isso, mas às vezes o óbvio tem de ser dito (tem gente que não atina de primeira...).

Todo seu sofrimento era revivido com maior intensidade na época dos finados. Toda aquela dor, insuportável, aquela sensação de vazio, de perda irreparável. Tudo voltava, num turbilhão frenético de dor & ódio.

Era terrível. Ironicamente, morava ao lado de um cemitério. Um cemitério pequeno, é verdade, mas uma necrópole. Pequeno, mórbido, sombrio e convidativo. Não que fosse gótica -aliás, detestava-os, achava todos uns manés, fazendo tipinho, um saco! Na verdade, achava mesmo os góticos, os hard-cores skatistas e os hippies os tipinhos mais chatos do micro-mundo roqueiro-, mas apreciava bastante um passeio no cemitério. Afinal, um cemitério é, inegavelmente, um lugar calmo e silencioso. Irritante, talvez; mas calmo. Era justamente desse ambiente que precisava com freqüência. Um local calmo onde se possa reverenciar os mortos.

Era onde gostava de ir para se esquecer da tragédia de sua vida. Era onde ia pra se sentir bem. Pra se sentir viva. Adorava se masturbar lá. Era onde gozava de maneiras impensáveis em qualquer outro lugar. Mas, na única oportunidade que teve de transar de fato em um, foi broxante. Ela não gozou, nem o cara e eles pegaram uma gripe terrível de ficarem nus ao relento em cima de frias chapas de mármore.

Mas hoje, tudo mudaria. Sentia que essa viagem seria um divisor de águas em sua melancolia infinda. Sentia que, finalmente, voltaria a ver cores nas coisas. Cheiros, sabores, vida! Tudo voltaria a ela com essa viagem.

Quando entrou em casa e viu seu namorado tendo uma overdose, todo aquele encantamento se dissipou. Tudo voltara. Não se preocupou, nem se precipitou em ajudá-lo. Apenas, len-ta-men-te, o despiu e aguardou sua morte. Quando o sopro de vida se esvaiu de seu peito, transou loucamente. Descobrira o que a fazia gozar tao profundamente no cemitério.

Foi o melhor feriado de sua vida. Quando passou o dia dos mortos, telefonou à polícia e deu-lhes o endereço. Eles agiram rapidamente. Em quinze minutos chegaram à casa. Mas só encontraram dois corpos. Nem traços de quem pudesse ter lhes telefonado.

Nenhum dos oficiais reparou, mas o sorriso da garota era típico de quem morre gozando.

Baixo retrato 


Moreno alto, bonito e sensual

Isso aqui vai acabar virando um flog... bom, agora você conhece meu rosto.

28.10.04

Égua da noite 


upa, cavalinho!Acordei gritando. Havia sido um pesadelo. Claro, apenas um pesadelo, nada mais que um pesadelo. Ei, foi só um pesadelo. Nada mais que isso, oquei? Convencera-me de que havia dsido só um pesadelo. Enxugeui o suor do rosto e olhei ao redor. apenas para me certificar mesmo de que havia sido só um pesadelo. Tudo parceia normal, me levantei da cama e fui até a cozinha tomar uma cerveja, afinal, merecida. Abri a latinha e dei o primeiro gole: gelada e normal.

Voltei ao quarto, ainda pensando no sonho. Não consegui a me lembrar bem o que era, apenas que fora muito, muito ruim. Não sei nem o que acontecia, se morria, se matava ou o quê. Mas agora estava tudo bem, tudo se resolve quando se acorda.

A salvação é sempre acordar. Lembro-me de, quando garoto, sempre torcia para acordar. Normalmente acordava. Quando não acordava... bem, quando não acordava, as situações me faziam crescer. Hoje, acordei.

Tomei calmamente a cerveja e deitei. Esperei o sono voltar. Quando criança, tinha medo de voltar a dormir e sonhar o mesmo sonho que sonhara antes. Mas, convenhamos, não era mais nenhum garotinho. Ora essa, medo de dormir.

Adormeci após poucos instantes, levemente inebriado pela cerveja. Acordei gritando. Havia sido um pesadelo. Talvez o mesmo. Curiosamente, também desse não conseguia me recordar. De alguma maneira bizarra estava apangando de minha mente todos os pesadelos que tinha. Não usaria a mesma desculpa apra tomar outra cerva, muito embora quisesse. Revirei-me na cama e peguei novamente no sono.

Acordei gritando. Outro. Mas esse também me esquecia.

Que será que havia feito para tantos pesadelos seguidos? Voltei à cozinha. Agora era desculpa suficiente pra outra cerva. Abri a geladeira, afastei o cadáver de minha mulher e peguei a última latinha. Fechei a geladeira. Antes de abrir, limpei umas gotas de sangue que respingaram na lata. Que nojo, mesmo sendo sangue da mulher com quem convivera por mais de trinta anos, aquele líquido vermelho viscos semicongelado me enojava. Tomei a cerva e tentei dormir novamente.

Acordei gritando.

Desde então, todas as noites, diversas vezes acordei gritando. Todas as vezes, ia até a cozinha e repetia o processo. Até o dia em que tive a brilhante idéia de colocar as cervas à frente do cadáver de minha mulher. Desde então, nunca mais tive pesadelos.

Anônimo 


Adivinhe quem fez o mundo como ele é e ganhe...

Jus ao nome 


Não tem o que fazer? Dá uma passadinha aqui...

27.10.04

Pilequinho 


Rhrhalaçkjnwqfdiuqcwekjçnsdaf... ops,gorfei... olha, o macarrão do almoço! Epa, não me lembro de ter comido essa coisa verde-musgo...

Enquetsi 


Tsipo assim, amiga, ai, o que você prefere: ser feliz ou ter um emprego que te pague bem?

26.10.04

Bronca 


Olha o que você me fez fazer...

After Álvares 


"Se eu morresse amanhã"
Não teria problemas
Tudo se acabaria
Daqui nada se leva
O que fica é dos outros
O que é meu já se foi
"Se eu morresse amanhã"

25.10.04

Transporte público 


Hoje, no ônibus, tinha uma garota usando o mesmo creme pra cabelos que o seu -pois é, ela também tinha cabelos cacheados-. Deu uma saudade...

Sucesso instantâneo 


Os bigodes postiços não funcionaram.

O megafone não fez sucesso.

As roupas da banda não chamaram a atenção.

Os aventais sagrados foram vetados.

É, acho que sua única chance é arranjar uma gostosa pra dançarina...

Mini-conto 


É bem curtinho: começa aqui.

E acaba aqui.

Não tem meio.

Barulhinho 


O barulho não fora mais alto que um sussurro. Apenas alto o suficiente para que a garota o ouvisse. Levantou os olhos do livro que lia (era um livro ruim, desses de auto-ajuda, talvez do Içami Tiba) e procurou a origem do barulho. Acreditava que talvez fosse uma revista que caíra em algum outro quarto da casa, ou aquele estrondo estanho que alto-falantes fazem quando são ligados-desligados. Não viu nada. Retomou a leitura e quase se mijou quando algo agarrou sua perna. Descobrira a fonte do barulho: o coração de seu filho havia explodido e, com muito esforço, ele chegara até a mãe. Mas já era tarde. Ela só teve tempo de ouvir seu último sussurro: ahhhh...

Abre aspas 


Ai, ai, não sei o que vocês vão pensar de mim, mas Paulo Leminski dizia que "o rock é uma música feita pelos incompetentes para os inconformados".

Por favor, não me crucifiquem

Fracasso 


Polliester não dá...

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fraldas GERIÁTRICAS light, gostosa como você!

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Classificado fraldas GERIÁTRICAS: o jornal é de graça.

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Classificados fraldas GERIÁTRICAS: a gente vende tudo. Até jornal.

21.10.04

LXVI 


Quando a policia chegou, o corpo já estava num avançado estado de putrefação. Na verdade, foi o cheiro que chamou a atenção dos vizinhos. Eles jamais poderiam imaginar que uma casa tão boa num bairro tão nobre pudesse ser o cativeiro do seqüestro mais famoso do ano.

Quando o corpo foi encontrado, já era também o seqüestro mais duradouro de que as pessoas podiam se lembrar: seis meses. Tinha tudo sido planejado cinematograficamente. Os seqüestradores tinham se disfarçado de policiais e, numa falsa blitz, pararam o carro da vítima – um dos mais famosos banqueiros do país – alegando que ele era suspeito de carregar drogas no porta-malas. Durante a revista, o acertaram pelas costas.

Demoraram duas semanas para fazer o primeiro contato. Mas não chegaram a falar em resgate. Deram uma prova de vida. A vítima alegou, de acordo com a declaração da família, não estar ferida nem sofrendo maus tratos, além dos habituais desconfortos esperados de um seqüestro: ficar todo o tempo no escuro, não ver o rosto das pessoas, não ter o direito de ir ao banheiro e comer mal, muito mal – ainda mais para ele, tão acostumado a restaurantes finos e de excelente qualidade.

Os contatos se davam sempre às quintas-feiras imediatamente após a novela das oito. Não duravam mais que cinqüenta e oito segundos. E sempre eram feitas do celular da vítima. Mas sempre de lugares diferentes e, como depois se descobriu, longe do cativeiro. Mas, de qualquer modo, não eram longas o suficiente para que pudessem ser localizadas enquanto a família ainda estava na linha. Quando a polícia chegava ao local da ligação, já era tarde demais. Além do mais, não havia suspeitos, não teriam como identificar os seqüestradores.

Uma vez a cada duas semanas a família recebia uma fita com a voz da vítima. Cada vez era postada de um posto de correio diferente. Para garantir à família que ela não havia sido previamente gravada, a vítima dizia a data e lia a manchete do principal jornal. Vinham sempre iguais: fora da caixinha e sem nada escrita. Era, também, sempre a mesma marca e modelo. Após pesquisas, a polícia descobriu que era o modelo mais barato de fitas vendidas por camelôs. Foram provavelmente compradas de uma vez. Receberam dez dessas fitas.

A preocupação da família e as buscas da polícia aumentaram no sexto mês, após o recebimento da décima fita – a última vez que tiveram notícias tanto da vítima como dos seqüestradores. O curioso é que, em nenhuma das conversas telefônicas que tiveram, o preço do resgate foi mencionado. Quando o corpo foi achado, às três da tarde de um sábado ensolarado, foi imediatamente para o Instituto Médico Legal e lá permaneceu por algumas horas até o término da autópsia. Todo o país estava aflito para saber a causa mortis do banqueiro. Mas os laudos conclusivos e, como os próprios legistas afirmaram, infalíveis atestavam que aquele corpo não era do banqueiro. Há três meses ele foi fotografado ao lado de uma famosa modelo numa praia do litoral espanhol. Parecia feliz e satisfeito.

Revolução social 


Na verdade, eu ia me omitir, não ia comentar nada disso aqui no fraldas porque acredito que quem entra aqui não quer ler esse tipo de coisa. Acho que os meus fãs (vocês cinco, mais uma vez, obrigado!) esperam encontrar textículos engraçadinhos, piadinhas infames e putaria inferior. Bem, nem só desse alto nível de intelectualidade vive o ser humano. Às vezes precisamos descer ao nível material das coisas. Ao mundano, mesmo.

E, contra minha vontade, senti-me obrigado -impelido- a comentar o assunto. Não poderia deixá-lo passar em branco como cidadão que sou. Muito menos como jornalista (que não sou e nem sei se quero ser). Então, com pesar:

Vi hoje à noite na tevê um anúncio de uma nova publicação infantil: CARINHAS. Não, não é piada infame, nem putaria inferior. Isso é o apenas o que vi na tevê. Na real, ainda não tenho certeza da veracidade do fato, mas, ao que me consta, a informação procede. (Não que a fonte seja confiável, provavelmente era um dos canais pagos da megalomaníca Rede Globo.)

Com conteúdo (???????) igual ao da mãe, a revista carinhas introduz na sociedade brasileira um elemento que há muito nós necessitávamos: coluna social infantil. Ou, coluninha social. Isso representa, na verdade, uma revolução -não apenas no mercado editorial brasileiro- na sociedade tupiniquim.

Como ninguém pensou nisso antes? Uma publicação dessa envergadura para crianças! Puxa, realmente tudo de que uma criança em idade de formação escolar precisa é uma revista como essa. Caralho, que idéia genial! Não estou conseguindo me conter de emoção. Com licença, vou lá fora dar pulos de alegria e extravasar esse frenesi que me possui.

...

Bem, agora que já estou mais calmo, posso continuar a dissertar sobre o mais novo produto cultural-barra-intelectualíssimo do país. Eu não consigo deixar de pensar no nível social, intelectual e político que os leitores-mirins de carinhas terão daqui a dez ou quinze anos. Será uma nação de gênios!!!

Imaginem: crianças que passaram toda sua infância tendo contato não com literatura infantil, ou gibis, mas com o fantástico mundo de caras!!!! Estou estupefato! Crianças que aprendem desde a mais tenra idade que o bom da vida é freqüentar festas chiques acompanhados de seus genitores, usar roupas feita por gente como Armani, Versace ou qualquer outro estilista da moda. (Já reparou que os franceses andam meio por baixo, ultimamente? Ai, fofa, também tenho preferido os italianos.)

Crianças que não são estimuladas a ler (essa atividade ignóbil e pouco rentável, onde já se viu?), mas a ver as fotos publicadas em sua revista favorita, carinhas. Crianças que não aprendem valores como solidariedade, amizade, respeito, honestidade e todas essas atitudes de gente estúpida.

Eu, na verdade, não queria falar tanto a respeito disso, acho que posso usar meu tempo e meu espaço para outras coisas. Acho, principalmente, que posso usar o seu tempo para coisas mais produtivas. Mas não consegui resistir.

Ainda não sei se meu ódio se dirige aos criadores dessa revista ou aos pais que comprarão a revista aos filhos. Seria um bom argumento para qualquer assistente social tirar a guarda dos filhos de quem fizer isso...

Isso é crime! Deveria ser passível de condenação. Um crime contra a infância, contra a inteligência. É uma sacanagem fazer isso com crianças. ainda mais se você sabe que ela não tem quase nenhum discernimento. E muito menos, livre arbítrio. Elas apenas querem...

STATshot do dia 


Publicado em The Onion:



Do que estamos fugindo?

13% Conta da tevê a cabo

16% Democracia participativa

12% Pais com roupas de baile

18% Garoto branco com broche crucifixo e prancheta

21% Touro! Touro bêbado e bravo! Longa história! Corra!

20% Não sei

Epopéia musical 


Sábado, mais conhecido como depois de amanhã, também conhecido como dia 23 de outubro, não perca, às 14 horas, uma apresentação única e exclusiva do Bazar Pamplona. Com direito a bigodes postiços e aventais sagrados. Compareça e leve seus amigos, futuros fãs.

A propósito, será no campus Morumbi da Universidade Anhembi Morumbi, que fica aqui. E não consigo mais rimar. Se não abrir o mapa, vá até a avenida Roque Petroni Jr., 630.

Inútel 


Essa é a prova de que eu sou um inútil e só desperdiço meu tempo...

LII 


Abri primeiro um olho. Depois o outro. Pisquei duro e reabri os dois juntos. Bocejei. Esfreguei os olhos e tirei aquele resto de remela dos cantos. Cocei a barba – hoje não tem jeito, vou ter que barbear. Espreguicei. Estalei os dedos. Depois os cotovelos. Pescoço. Costas. Ops, arrotei. Bocejei de novo. Que tava sonhando mesmo? Caralho, pára de bocejar. Cocei a barriga. E o saco. Rolei na cama. Preciso levantar. Ah, é, tava sonhando com um jantar com uma galera da escola que eu não vejo desde aquela época: sexta série. Era um maluco nerd, um que tocava o puteiro comigo, uma mina gatinha e burra, mais gata que burra. E era um papo sobre aqueles tempos. Puta viagem. Botei um pé pra fora da cama. O direito. Agora o esquerdo. Fiz uma forcinha pra sentar. Apoiei meu peso nos braços e levantei. Procurei o chinelo, mas tava muito longe: vou descalço. Abri a porta do banheiro. Cocei a bunda e botei o pau pra fora. Levantei a tampa da privada. Ah, a primeira mijada. Chacoalhei. Botei pra dentro de novo. Estranho, hoje não acordei com ele duro. Encarei o espelho. Botei um teco de pasta na escova. Puta escova velha: tá toda desbeiçada e fedendo, cheiro de bafo. Tá na hora de trocar. Fiquei uns minutos esfregando essa coisa na boca. Cuspi. Bochechei. Cuspi. Bochechei. Cuspi. Gargarejei. Cuspi. Catarrei. Cuspi. Fechei a torneira. Enxuguei a cara. Saí do banheiro. Voltei. Esqueci a porra do desodorante. Se eu não passo essa merda, fico fedendo o dia inteiro. Até com isso eu fico meio foda. Saí de novo do banheiro. Entrei no quarto. Abri o armário. A gaveta. Tirei uma cueca e um par de meias da primeira gaveta. A segunda. Tirei uma camisa escrita ‘to beer or not to beer’. Fechei. Fechei o armário. Tirei a roupa de dormir. Botei a cueca. Peguei a calça nas costas da cadeira. Vesti. Botei a meia. Primeiro o pé esquerdo. Sempre. O direito fica pra depois. Não sei por quê. Calcei as botas, meu pisante irado, meu coturno como querem alguns. Por que você calça a bota e bota a calça? Qual a diferença? Ahn? É, preciso fazer uma pá de coisa hoje. Vesti a camiseta. A camiseta mais usada de todos os tempos. Cadê as coisas dos bolsos agora? Celular. Carteira. Documento do carro: possante irado, bombão. Colírio. Balinhas halls. Chave de casa. Pronto pra sair. Saí do quarto. Voltei. Abri a janela. Olhei pra cama ainda quente. Solitária. Preciso talvez fazer companhia. Olhei pro rádio relógio eletrônico, isto é, digital, herdado de minha vó e vi que ainda eram sete. Tinha tempo, estava adiantado. Tinha ainda umas duas horas. Só iria começar lá pelas onze. Que nada, depois, mais tarde. Me joguei na cama. Arranquei a bota como pude. Atirei as coisas dos bolsos na mesa. Joguei a camiseta na cadeira. Dormi rapidinho. Acordei umas quatro horas depois. Eram onze. Agora sim. Liguei prum amigo e disse que tava saindo. Me revesti, isto é, me vesti de novo. Hoje ia ser quente. E desci as escadas até a garagem. Entrei no carro. Dei a partida. Saí finalmente. Onze da noite. Hoje a balada prometia. Ia ser uma mega rave fora da cidade. Peguei meu amigo em casa. Pegamos o mapa. Saímos pra balada. Dois easy-riders numa noite perdida. Só que num carro.

Lâmpada 


A idéia genial do dia foi: dormir até tarde!

20.10.04

Diálogo 


... não me venha com essa de “retiro espiritual”! Você é um escritor famoso, cara. Já tá assim de gente esperando teu próximo livro. Inclusive os críticos. Sabe quem a gente vai chamar pra fazer a resenha?

Não é nada disso. Você não entendeu uma palavra do que eu disse. Eu não vou pra nenhum “retiro espiritual”. Eu só não quero escrever o livro. Não esse livro. Se você realmente quiser lançar o que eu quero -e vou- escrever, vai ter que ser sob as minhas condições.

E quais seriam as suas condições, primadonna?

Eu quero o meu tempo, nada de prazos, planos de divulgação, nada. Eu quero apenas o tratamento standard da editora, certo? Melhor, quero ser tratado com a honra e a opulência de um escritor iniciante.

Parece razoável, mas você sabe que os críticos vão achar que é estrelismo.

Pára de pensar nos críticos, presta atenção no que eu tou falando. Você não vai mandar meu livro pros críticos com toda essa pompa a que nós dois estamos acostumados. Você vai dar o destaque que deu a, por exemplo, este livro (ergue um livro de sua editora, resenhado por nenhum jornal, revista ou similar), que achei numa livraria. Não estava nem na prateleira de lançamentos.

Ora, mas é porque esse autor é um lixo, um imbecil. Não sei porque se decidiu lançá-lo.

De qualquer maneira, eu quero esse tipo de tratamento com meu livro. E com tiragens baixas. Sempre.

Acho isso suicídio mercadológico, mas pode ser feito. Cara, você não tá pensando em termos de vendas. Todo mundo tá louco pra ler seus livros, rapaz.

Concordo, mas não quero dessa maneira.

Tudo bem, mas...

O quê?

Nada, cara, esquece.

Pode falar. Nós somos amigos, lembra?

Por que você tá fazendo isso? Você é genial ou genioso, cara?

Não é nada disso. Eu só acho que o tratamento que a “arte” tem recebido é... não sei bem que palavra usar. Talvez “indigno”; mas não quero soar arrogante com isso.

Eu não consigo entender. Um resgate das belas-artes, é isso?

Não, cara, eu não sei explicar muito bem. É estranho. Perceba o seu discurso: “tá cheio de gente esperando teu próximo livro”. Pois é isso que me incomoda. Quer dizer, assim que meu livro é lançado, já é best-seller. Por que isso? Será que tudo que eu escrever vai ser genial? Eu pessoalmente duvido que nada será, mas não vem ao caso. Será que eu sou tão bom assim a ponto de uma multidão ficar ávida por meus livros?

Claro que é!

Eu ignoro esse tipo de comentário.

Espera um pouco. Eu até entendo isso, eu quase concordo com você. Mas, por favor, entenda que sou um empresário. Eu também acho essa divulgação -propagandeação- ostensiva um crime, mas você é, de fato, um bom escritor e tudo o mais... seus livros, invariavelmente, serão boas vendas. E é inútil você querer mudar isso a essa altura da sua vida. Você não é mais nenhum virgem no ramo...

Sim, eu sei. Só queria, justamente, usar essa autonomia que você, meu velho, me outorga para evitar esse tipo de tratamento.

Tudo bem, cara, pode ser feito do seu jeito. Você sabe que eu faço questão de publicar seu trabalho. Mas tem uma coisa ainda que eu não entendi. Como é esse “retiro espiritual”?

Não é um retiro espiritual. É uma viagem que eu quero fazer. Uma viagem minha. No sentido de pirar, entende? Eu parei de acreditar nas coisas que fazia.

Como é?

Eu parei de acreditar no que fazia. No meu método, no meu trabalho, nas minhas pesquisas, tudo. As coisas perderam o por quê. Eu preferi desistir do que fazia e começar a fazer tudo outra vez. Diferente, agora.

Eu não tou entendendo mais nada. Você quer outra cerveja? Acho que tem umas no freezer. Eu vou pegar pra mim.

Não... não... eu não quero mais fazer assim. Tudo é muito classificado, tudo é muito mecânico...

O que você disse? Eu tava lá dentro, não te ouvi. Toma, trouxe uma loira pra você.

Puxa, obrigado. Eu simplesmente não acredito mais que meu trabalho tenha de corresponder a qualquer coisa. Eu não consigo mais aceitar o fato de que exista um pensamento que preceda aquilo que crio. Eu quero simplesmente criar. Deixar a minha mão livre para expressar aquilo que minha mente imagina.

Ora, que bobagem. Você é um escritor. Você vive de palavras, você pensa por meio delas, você imagina por meio delas. Elas estão por todo o seu imaginário. Você articula toda sua criação em palavras, todo seu discurso, seu raciocínio é, exatamente, expresso por palavras.

Não! Eu posso simplesmente pensar imagens lindas, sons... sons... sons sem adjetivos, cores, aromas, sabores e até sensações. E só depois, verbalizá-los. Só então começa a criação. Mas não posso me sujeitar a seguir uma filosofia, sim, já estabelecida. Não posso me furtar a aceitar todo um compêndio de regras que estabelecem normas de como e, principalmente, sobre o quê escrever. Quero deixar meu gesto livre para criar. Paul Valéry diz que “Fazer é o próprio da mão”.

Sim, eu sei. Sou um editor, supõe-se que leio livros. Primeiro volume de Oeuvres, “Discours aux chirurgiens”, certo? Então agora você lê Valéry e provavelmente acredita que o importante não é a obra, mas sua formação. Todas as transformações que a precedem para que algo de outra ordem se produza.

Exatamente. O que pretendo...

O que pretende, então, é criar uma obra de arte? Você sabe tão bem quanto eu que a obra de arte, como nós a conhecemos, morreu. Eu quis dizer, na verdade, como nós a conhecíamos. Meu velho, vivemos na era do prazer. É a lei do tesão que manda. Não vamos nos esquecer do velho Marx. Tudo é coisificado, é o fetiche da mercadoria. Ninguém mais se preocupa tanto se você é ou não um bom escritor. Eles consomem você! Seu produto é você.

Você tá simplificando demais as coisas. Não tava falando de um aspecto especificamente comercial.

Tudo bem. É de um aspecto mais intelectualizado, talvez?

Talvez... talvez queira apenas criticar todas as teorias. Deixa eu me explicar melhor. Não posso me permitir aceitar toda essa filosofia -eu vou chamar assim, se vira pra entender, editor- que está cristalizada, tudo isso que se faz, da maneira que se faz.

Você me parece um tanto conservador. Você quer o quê, afinal? Quer que o público volte a um estado de contemplação, de veneração, quase? Se liga, cara, isso não existe mais. Você quer escrever pra você mesmo, é isso? Ou, ainda, você vai querer escrever pra mim!? Ou pra sua namorada? Oquei, eu sei que você deve fazer isso mesmo, mas, pelo bem dela, não publica isso, não. Cara, existe uma coisa chamada mercado. Ela não é a coisa mais legal, boazinha ou justa de que se tem notícia, mas todos nós estamos inseridos e sujeitos a ele...

Eu sei disso! Eu sei do que você tá falando, mas eu tou falando de outra coisa! Eu não quero escrever pra ninguém! Nem pra mim, nem pra você, nem pra porra do mercado! Eu quero criar. A arte não tem de achar utilidade.

Você tá pensando na obra de arte como um objeto de contemplação... pois eu digo que a obra de arte é um objeto de uso. Não um objeto útil, em? Apenas um objeto que se usa como se usa uma ferramenta. Toda obra de arte tem seu uso. Ou você não considera arquitetura uma forma de arte? Pois ela também tem de ter sua funcionalidade...

Sim, mas não é...

Ora, não existe essa história de arte desvinculada de referências. Seus sentidos e suas percepções não são mais tão passivos, você educou todos seus sentidos a funcionar de uma maneira muito mais integrada...

Não é isso que eu tou falando!!! Eu só quero dizer que a arte não pode suceder a filosofia!!! A arte tem de anteceder o pensamento! A criação deve ser livre!!! Eu vou te matar!!!!

Calma, senhor, o senhor teve outra crise de esquizofrenia. Logo o senhor vai melhorar. Tente se acalmar e controlar essa agressividade. Tome este comprimido...

Eu não vou tomar comprimido porra nenhuma! Você sabe com quem você tá falando, seu insolente? Eu sou Charlie Manson. Quer dizer, eu sou Paul Valéry! É isso, eu sou Paul Valéry, ouviu bem?

Certo, certo...

O enfermeiro leva o velho para seu quarto. Ele é o interno mais velho do sanatório.


ander_laine é napoleão bonaparte

19.10.04

0950 


Déish pashtéish.

Primeira aula 


E só vai começar às onze horas, pode?

XXXIII 


O despertador rasgou seu sonho. Sonhava com a sharon stone. Sonhava que era michael douglas e que a interrogava em instinto selvagem. De fato, paul verhoeven era seu herói. Enfim, o mal estava feito, já estava acordado. Olhou, só por hábito, para o relógio. Sabia a hora: seis e quarenta e sete, a mesma de todos os dias. Assim como o sonho: o mesmo de todos os dias. Igual.

Saltou da cama e caminhou até o banheiro. Olhou-se no espelho: a mesma cara de sempre. A mesma barba por fazer. Bocejou, como sempre. Escovou os dentes. A mesma pasta, a mesma escova. Deu sua primeira mijada do dia e sentiu seus efeitos terapêuticos. Antes da última gota, teve aquele arrepio de sempre. Gostava desse arrepio: já dava uma chacoalhadinha, poupava esforços.

Suspirou e abriu o armário do espelho. Pegou o creme de barbear, o pincel e a gilete. Molhou o rosto e foi fazer, como todos os dias, a barba. Fez espuma e ao primeiro contato com a lâmina, gritou: era a mesma, estava velha. Barbeou-se como de costume, colocou os papeizinhos nos pontos de sangue –sempre nos mesmos locais– guardou tudo e voltou para o quarto. Cinco passos.

Abriu o armário e viu as mesmas roupas. Pegou uma camisa igual à que usara no dia anterior e à que usaria no dia seguinte e a vestiu. Vestiu a calça do dia anterior, ainda estava limpa. Meias, sapato, seu único par. Pegou a gravata, igual, e voltou para o banheiro para fazer o nó. Tentou uma vez, muito longo. Duas, muito curto. Três, agora sim. Como no dia anterior, três tentativas.

Vestiu o paletó e foi tomar seu desjejum. Sucrilhos, como sempre. Sempre corn flakes. Sempre a mesma quantidade. Leite parmalat, duas xícaras. Duas colheres de açúcar união. Tudo igual. Tudo sempre igual. Comeu o mesmo sucrilhos com a mesma quantidade de colheradas, demorando o mesmo tempo e provavelmente dando sempre o mesmo número de mastigadas. Seis minutos.

Olhou no relógio: sete e treze. Se saísse de casa até sete e vinte e dois chegaria em tempo ao trabalho, entrava às oito mas sempre chegava um pouco antes, uns oito minutos. Entrou no carro e repetiu o processo diário: dar contato, pôr o cinto, abrir o vidro –só metade–, dar partida, engatar primeira, pisar no freio, soltar o freio de mão, ligar o rádio e só então poderia partir com o carro.

No caminho que fazia todo dia pro trabalho, sempre via as mesmas coisas, as mesmas casas, as mesmas lojas. Parava sempre nos mesmos faróis porque sempre andava à mesma velocidade. Ouvia sempre a mesma rádio, que não tocava sempre as mesmas músicas. Mas se fosse ele quem fizesse a programação, seria. De repente, um garoto –que não estava lá sempre– correu para atravessar a rua. Quando ele viu, era tarde demais. Não era todo dia que quase atropelava alguém, portanto não teria como impedir, ou reagir. O garoto morreu na hora.

Nem tudo muda 


Retirado da Agência Estado, segunda-feira, 18 de outubro de 2004.

Nota do Exército sobre Herzog desagrada Lula

Brasília - A nota oficial divulgada pelo Exército no final de semana, em resposta à notícia publicada pelo Correio Braziliense com fotos do jornalista Vladimir Herzog, ainda vivo e em situação humilhante, criou uma crise que envolve o Palácio do Planalto, o Ministério da Defesa e o Comando do Exército. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não gostou do tom da nota do Exército, considerada muito dura, elogiosa ao golpe militar de 1964, e que trata o movimento como fruto de "clamor popular em resposta ao movimento subversivo que se recusava ao diálogo".

Antes de embarcar para Curitiba, Lula convocou o ministro da Defesa, José Viegas, para uma conversa, ainda na Base Aérea de Brasília. Viegas, que não havia sido consultado pelo Exército para divulgação da resposta ao jornal, também não gostou de o nome do Ministério da Defesa ter sido envolvido nas explicações da Força Terrestre e chamou o comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, para as devidas explicações, em seu gabinete.

A nota da Força publicada ontem diz que, em relação às mortes ocorridas durante as operações de combate ao avanço do que terrorismo internacional, "o Ministério da Defesa tem insistentemente enfatizado que não há documentos históricos que as comprovem, tendo em vista que os registros operacionais e da atividade de inteligência da época foram destruídos em virtude da determinação legal".

Na nota, o Exército diz que o movimento "fortaleceu a economia, promoveu a fantástica expansão e integração da estrutura produtiva" e concluiu dizendo que "considera ação pequena reavivar revanchismos ou estimular discussões estéreis sobre conjunturas passadas, que a nada conduzem". Há, entre os militares, incerteza quanto à possibilidade de as fotos serem mesmo de Herzog.


Tânia Monteiro e Leonel Rocha

18.10.04

Metalinguagem 


Ai, às vezes dói, mas é duro abrir mão de certos prazeres...

Em off: boa-noite, continuem acompanhando a saga de fraldas GERIÁTRICAS. No próximo capítulo, mais lições de homossexualismo barato. Totalmente grátis! Só aqui, no mundo de fraldas GERIÁTRICAS, onde o sabor é mais forte.

Teste 


Cinco fãs, façam, por favor, um teste. Minimizem todas as janelas de seu computador. Acredito que todos usem windows. Em caso afirmativo, na chamada área de trabalho (é a mesma coisa que desktop, celto?), dê um clique com o botão direito. Selecione propriedades e, depois, escolha configurações. Troque a resolução de seu monitor. Quer dizer, se está em 800x600, coloque-o em 1024x768. Clique em ok, ou aplicar. Feito isto, restaure a janela de seu blogue favorito. Se seu blogue favorito não for o fraldas GERIÁTRICAS, restaure a janela do fraldas e responda:

Ficou mais bonito como? 800x600 ou 1024x768?

Enfim, isso não vai mudar nada, acredito, mas é que fiquei curioso...

O homem de areia 


A sensação é mais ou menos assim: na véspera, você pensou num negócio muito legal pra pôr no seu blogue. Todo o texto, as expressões exatas. Adormeceu. Hoje, ao despertar, tudo se dissipou no mundo dos sonhos.

Yoopee! 


Eu quero ver meus imeios, porra!!!

Mais rápido 


Freneticamente. Tudo que fazia era assim, agitado. Não parava um segundo. Mas ninguém mais se importava. Apenas saíam de seu caminho e a deixavam lá, girando. Correndo no lugar. Freneticamente.

Flatulência 


Eu tou te falando, meu velho, ela só pode ter comido LIXO!

Otite 


Quando eu era criança, tive muita dor de ouvido. Deve ser pior que dor de corno...

PIOR desvantagem da barba longa 


Agora que eu lembrei...

- confusão (olha o Raul e o cara do Los Hermanos)

Orgulho da nação 


Eram tantas idéias na minha cabeça, que a única coisa que eu podia fazer era desistir.

Adoro essa sensação de êxito

Affair 


Me mostra o seu que eu te mostro o meu. Mas você mostra primeiro...

A MENINA é bem gostosa. Tem uma bunda bem REDONDA. Os peitos do tamanho certo, EMPINADOS. E cara de vadia. O MENINO é apenas comum. Desses que se acham aos MONTES. Às baciadas. A MENINA se veste à carater: OLHOS delineados, batom na BOCA e um hálito de UÍSQUE; bem de leve. Saia CURTA, apenas um PEQUENA calcinha. O MENINO não sabe, mas ainda há pouco, a MENINA deixou seu ob na PRIVADA DO BAR em que estavam. O MENINO veste jeans & camiseta. Olhos CHAPADOS e levemente BÊBADO. A MENINA tranca a porta do quarto e COMEÇA, len-ta-men-te, A tirar a roupa. O MENINO apenas descalça os sapatos e se senta na CAMA. A MENINA se exibe, LASCIVA. O MENINO tira as calças e SUGERE uma punheta. Os OLHOS da MENINA brilham, a MENINA sorri, TIRA a blusa. A MENINA não sabe, mas o MENINO achou bom mesmo que ela tirasse a BLUSA: era feia DEMAIS, com toda aquela parafernália BRILHOSA. Além do mais, era muito larga e ESCONDIA seus peitos. A MENINA, agora nua, se esfrega no MENINO. O MENINO, também nu, olha o CORPO da MENINA. A MENINA inicia um RITUAL de felação. O MENINO sorri & geme.

O MENINO goza. A MENINA sorri e BEIJA o MENINO no rosto. O MENINO sorri e beija a MENINA na BOCA. A MENINA diz ao MENINO:

-Sabia que você é a CRIATURA mais diferente com quem eu já me relacionei?

14.10.04

Cataclismo 


De tempos em tempos, um cataclismo cósmico atinge o mundo da música. Em 1996 ocorreu assim: Mike Flowers Pops encontrou Aphex Twin. No mínimo, impactante. Minha equipe de reportagem altamente especializada está encarregada da cópia ilícita dos arquivos.

Em off: boa-noite, continue acompanhando a saga de fraldas GERIÁTRICAS, mais ilegal camisinha em festa de crente. O único com conteúdo 100% muquiado.

Pesquisa mastigada 


Olha só, fã preguiçoso, é só clicar nos números 1, dois e tr3s

Bom samaritano 


E se houvesse um tipo de hacker Robin Hood? Um cara que entra nos computadores das pessoas e organiza seus arquivos, desfaz erros de configuração e elimina bugs. Será que ele seria um imbecil?

Post-coitum 


-Você não tinha dito que era virgem...

(Ela ri, mas finge seriedade)-É, mas eu não tive a chance de te falar...

-Puxa, eu imagino, a gente acabou de se conhecer e...

-Pois é, imagina que eu dei pela primeira vez prum cara que eu conheci hoje...

-Que nem tomou banho antes de te comer...

-Peraí, é verdade, isso?

-Tecnicamente, não, por quê?

-Peraí. Você passa a semana inteira sem me ver e nem toma um banho?

-Tecnicamente, eu tomei banho.

-Certo. Quando?

-Anteontem à noite. De madrugada...

-Caralho, seu porco!

(Ele olha o colchão e se lembra)-Ei, não desconversa, não. Não era disso que eu tava falando...

-É, você tava tentando me xavecar. E não foi bom...

-Mas não era isso que eu queria te dizer...

-Ah, você ia dizer que me ama?

-Em seguida. Na verdade, eu ia perguntar por que você sangrou. Tá mesntruada?

Fim 


Não sei se você usa o blogspot (sem linques, questões de ideologia), mas vou descrever o processo. Só o começo, na verdade. Assim que você abre a página pra criar os posts, o cursor de texto está na primeira janela: Title.

A questão é: será que o sistema simplesmente considera a primeira janela, ou os programadores realmente acham que os textos começam pelos títulos? Bem, às vezes começam.

Editor-chefe 


Não!

Não!!

Não, não, também não...

Nenhum tema que me interesse...

Plano de carreira 


Se eu fosse um âncora de telejornal, perfeitamente clonado, você ainda assim me amaria?

Lado feminino 


Ai, você não odeia quando essas coisas acontecem?

Que ódio, que ódio, que ódio!

Que sapato lindo, é importado?

Decepção 


Sei lá se é decepção ou só confirmação... as comunidades de jornalismo no orkut (sem hyperlink, se quiser, vá em inutilidades) são sofríveis... não pelas pessoas que estão nelas. Aliás, não conheço várias delas (quase todas, ainda bem!), e nem me importo. O que me desanima, na verdade, é o desleixo com que eles lidam com a língua. Caralho, se somos jornalistas, o mínimo que se espera de nós é um bom uso da língua, né? Afinal, vivemos de palavras... ou não?

Desculpem, meus cinco fãs, o desabafo. Mas eu fico puto quando vejo essas coisas. Sabe, eles poderiam ao menos se prestar a escrever as palavras corretamente.

E COM A PORRA DO capslock DESLIGADO!

??? 


Na sexta à noite havia decidido como seria seu fim-de-semana. Sábado acordaria bem cedinho e iria direto para a concessionária. Já estava tudo planejado, ele já tinha visitado a loja, escolhido o modelo do carro, feito o test-drive, escolhido a cor, os opcionais, as formas de pagamento, tudo. Só faltava consumar o ato.

Quando foi para a cama na sexta, ainda não acreditava que finalmente iria comprar seu primeiro carro. Havia trabalhado incansavelmente por três longos anos, feito infindáveis horas extras, retirado de sua renda mensal apenas o mínimo necessário à sua modesta sobrevivência, aplicado o resto na poupança. Após mais andar a pé que de ônibus, finalmente teria a chance de rodar com seu novo carro pelas ruas da cidade tão apinhada deles. Mas o seu teria catalisador, nem poluiria tanto.

Sabia que seu carro iria causar inveja na vizinhança, nos pedestres, nos outros motoristas e em todos. Sabia que seu novo carro atrairia belíssimos exemplares do sexo oposto. Sabia que, mesmo sendo interesseiras, as tais marias gasolina lhe trariam grandes vantagens impublicáveis.

Finalmente o despertador tocou – sete e meia da manhã – e o despertou de um lindo sonho em que desfilava com seu magnânimo carro. Saltou da cama, escovou os dentes e o cabelo rapidamente, engoliu uma xícara de café e voou para a concessionária. Queria ser o primeiro cliente a chegar, não queria correr o risco de nenhum espertinho tomar-lhe a frente e comprar seu precioso carrinho. Para isso, deu-se até mesmo ao luxo de tomar um táxi. Além da pressa, queria acostumar-se à idéia de chegar de carro nos lugares. Acostumar-se ao status.

De fato foi o primeiro a chegar à loja. Quando entrou, os vendedores, mecânicos e gerentes mal haviam entrado e ainda tomavam seu cafezinho matinal. Aguardou impacientemente pelo final do improvisado desjejum coletivo antes de poder mostrar seu interesse na compra de um automóvel.

Já sabia como seria seu carro: quatro portas, motor turbo, ar-condicionado, direção hidráulica, freios ABS, rodas de liga leve, conversível, preto – do jeito que Ford afirmava que deviam ser os carros – e, obviamente, com bancos de couro. Sabia que pagaria caro por isso. Por esse inigualável possante. Por isso havia trabalhado tanto por tanto tempo.

Ao sair da loja, já guiando sua caranga irada, como gostava de referir-se ao carro, resolveu experimentar, na primeira grande via que se descortinou à sua vista, o grande motor do carro. De fato, era um ótimo motor, com potência irrepreensível.

Parou num farol vermelho. Sorriu infinitamente feliz e só lastimava o fato de a apólice do seguro não estar ainda em suas mãos, demoraria duas semanas para sair. Quando o farol abriu, saiu cantando pneus e não teve nem ao menos tempo de ver o caminhão sem freios que vinha na pista transversal, furando o farol. Ele nada sofreu na batida. Sofreu – e sofreu muito – apenas quando o policial lhe disse:

-Pois é, dotô, deu petê. Tinha seguro?

Desvantagens da barba longa 



- pontas duplas
(sim, amigo, elas aparecem)

- arroz (sabe quando ele fica incrustado entre os pêlos?)

- pontas (fica pior se você tem bigode)

- nem toda mulher gosta (mas as que gostam compensam!)

- xampu (gasta mais. Se você for higiênico como eu, claro...)

- calor (já se ligou que barba é como cabelo?)

13.10.04

Alheio 


O rapaz aumenta o volume da música e se finge livre. Ele abre todas as janelas e parte. Dá o primeiro passo... o segundo... e logo ele começa a flutuar. E vai subindo. De repente, ele pára. No ar, se dá conta de que nada daquilo poderia ocorrer de verdade, que é um absurdo. Ele começa a cair, mas em seguida lembrou-se de que se queria livre. Ergueu a cabeça e continuou a flutuar. Mas, na verdade, acha curioso que exista um estilo de rock chamado alternativo. Alternativo a que, afinal?

O rapaz pousa sobre seu aparelho de som e adormece. Profundamente.

Atenção 


Olha... duas e dezesseis... opa... hihihihihihihi... mudou... duas e dezessete...

Anônimo 


Ok, espertalhão, vamos ver se você consegue escrever alguma coisa boa sem falar de goró, nem de baseados, nem de putaria e sem uma passagem violenta. Sem nenhuma apelação!

Interlúdio ilícito 


Peraí...

9.10.04

Questionamento universal 3 


Afinal, quem peidou?

Questionamento universal 2 


Afinal, por que as coisas não podem ser sempre do meu jeito?

Questionamento universal 


Afinal, isso é arte ou pretensão?

Gol anulado 


Anularam um gol do time de futebol do brasil, agora. Mas no que realmente pensei foi naquela música do João Bosco & do Aldir Blanc, que tem o mesmo nome... é muito boa, ainda que triste.

Cazzo 


Nada, não... só queria começar xingando em outra língua...

8.10.04

Desafio 


Simples. Escrever apenas palavras sem acentos visuais.
Sem ser simples como parece, muitas vezes -confesso,
levado por cego automatismo- acabo incorrendo nas
famigeradas palavras acentuadas. Ruim quando ocorre de
se deixar seduzir por elas. O post ficou muito mais
longo do que eu esperava que fosse ficar. Talvez meu
conhecimento de palavras sem acentos seja maior do que
eu mesmo poderia jamais imaginar. E nem usei palavras
raras ou complicadas. Porque. de qualquer forma, nem
as sei...

Proletário 


Que merda... sem um puto no bolso, sem dinheiro pro
busão... completamente fodido. E ainda tenho de ser
rápido, se demorar mais que 20 minutos, o computador desliga.

7.10.04

Tsc, tsc 


Fodeu, não sei o nome dessa obra, nem a data...Hoje eu vi... fazia tempo que não passava por lá, desde que meu carro deixou este plano da existência. Enfim... ali, bem na minha curva favorita, picharam o grafite que havia sido feito, aqueles que homenageam (essa merda tem ême? Acho que não, né? Então vai sem...) os modernistas. Que vergonha...

Roquenrou 


Ouvi dizer que sou um deles... procede?

Seca 


Até que essa seca que tá por aí tem um lado bom: serve pra reafirmar velhas convicções.

O mistério Valêncio 


Será que alguém pode me explicar o que tá acontecendo?

-ou, a arte de contar histórias sem escrever-


A primeira revelação é chocante. Abre aspas: "Não sei por que cismei que os títulos de meus livros têm que começar com a letra M". Que se fechem as aspas. Ora, quem diz isso é o próprio Valêncio Xavier, autor de O mez da grippe (Companhia das Letras, 328 pp.), em artigo publicado no Estado de S. Paulo, em 12 de agosto de 2001.

Senão, vejamos: todos os cinco livros condensados em O mez da grippe -a saber: o próprio, Maciste no inferno, O minotauro, O mistério da prostituta japonesa & Mimi-Nashi-Oichi e 13 Mistérios + O mistério da porta aberta- seguem a norma. Outro cartapácio editado pela mesma Companhia das Letras, Minha mãe morrendo e o menino mentido, ao que me parece, extrapola a tal da norma imposta pelo autor. Quer mais? Então segura essa: Meu 7º dia, da Ciência do Acidente. Pelo que vejo, você não se cansa nunca, ávido leitor: Las meninas, A moça que virou tigre, MCMXLII. Convencido, agora?

Oquei, você contra-argumentará -já previra em meu roteiro- que seu mais recente livro, editado pela Publifolha há poucos meses, Crimes à moda antiga, foge à regra. Pois eu digo: ótimo! É justamente esse o gancho de que necessito para começar a explorar o mistério Valêncio Xavier, onde nada parece fazer sentido. Siga-me se tiver coragem.


nãotemaonovo


À primeira vista, desconforto. Mas o que faz com que esse paulistano radicado em Curitiba soe, ou antes, pareça ser tão bizarro?

Valêncio Xavier é um mestre em contar histórias fugindo da narrativa convencional, que você -burocrático leitor-, eu -muitíssimo mais burocrático- e boa parte da parcela de leitores conhece. Ele conta histórias por meio de imagens. Aparentemente desconexas, imagens e textos, com o caminhar da história (ou estória, ou História, como veremos) vão se fundindo e se completando mutuamente.

Não são as palavras que criam, em sua -de você, desatento leitor- mente, o real fio de sua literatura. São as palavras somadas às fotos, gravuras, recortes, ilustrações, publicidade e uma infinidade de iconografia que este "Frankenstein de Curitiba" (a alcunha lhe foi dada pelo poeta e editor Joca Reiners Terron) agrega à narrativa.


atchim!


Em O mez da grippe, Valêncio recria os dias da epidemia de gripe espanhola em Curitiba sem escrever praticamente nenhuma palavra: apenas recortes de jornal da época, declarações entre "aspas" de uma sobrevivente. Tudo devidamente intercalado com um excitante -não me condene pela sinceridade, hipócrita leitor- poema de um tarado que invade a casa de uma enferma para lhe violar.

Mas não pense você que nada faz sentido. Pois faz sentido demais, ele não apenas recria os dias e angústias dos moradores da época, como também traz à tona fatos externos à cidade, como o fim da I Guerra Mundial e suas conseqüências mais imediatas. E com direito a um balanço dos mortos no final da novella.


rindodaprópriadesgraça


O humor é outra característica que aparece com força em sua narrativa. Não se sabe ao certo, mas temos certeza de que a Prostituta Japonesa gozou. Afinal, foi o que ela disse, não foi? Ora, iletrado leitor, você não decifrou os ideogramas japoneses com que ela respondeu à pergunta do narrador-personagem? Bem, ele decifrou, mas é evidente que não te direi assim tão fácil, ingênuo leitor. Vá ler o livro que você ganha mais.

Todo o tempo, Valêncio brinca com você. É um jogo, sabe? Ah, não sabe. Claro que não, isso ainda não foi dito. Vamos, mais uma vez, abrir as tais das aspas. Para isso, precisaremos de dois pontos: "Acho que tudo que faço é brincadeira. Mas é um outro significado da palavra brincadeira. Tenho quase certeza de que não tenho nada a dizer para o mundo, Não tenho mensagens, não quero ditar regras. Meus livros são apenas para serem lidos". Fecham-se, como que por mágica -novamente-, as aspas. Novamente é o autor quem nos diz -aqui em entrevista a Cassiano Elek Machado, publicada na Folha de S. Paulo, em 20 de março de 1999- o (ir)real propósito de sua escrita.

Tudo é labirinto, tudo leva a lugares inusitados e tudo leva a... aonde mesmo? Ah, claro, ao mesmo lugar. Quer dizer, a outros lugares, que podem ser o mesmo, mas que, na verdade... é mais ou menos assim que se propaga. Como em O minotauro: para não ter de pagar a puta com quem acabara de se deitar, o narrador-personagem (o mesmo? Mas que fixação por putas, não?), no meio da noite, pé ante pé, sai do quarto de motel em que está para ganhar a rua.

Teoricamente. Na escuridão, os corredores que percorre se repetem, se misturam, se confundem e não o levam à rua. Aliás, nem você, desnorteado leitor, chega a lugar algum. Veja só: o livro começa no número X (que nem um número é), vai pro 31, pro 10, passa pelo WC (!?), pelo s/nº e por aí vai... quer dizer, eu menti. Você chega, sim, a algum lugar, mas pelo método mais complicado -ei, ninguém falou que seria fácil, incauto leitor.


sexoputariaperversãoamor


Outro tema sempre presente na narrativa imagética de Valêncio Xavier é o sexo. Mas não como algo sujo, pornográfico. Mais como parte da vida -espero que você concorde, desvirginado leitor-, o que, de fato, é. Suas histórias incluem prostitutas, relações edipianas (isso está mais evidente em Minha mãe morrendo), adultérios, paixões assassinas, perversões públicas, assédio. Nada que nenhum de nós nunca tenha feito. A diferença, é que em Valêncio Xavier isso se dá num outro plano. Veja só: em Maciste no inferno, enquanto a trama de um filme que não existe se desenrola na tela e nas páginas do livro, o narrador-personagem (sempre ele...) seduz uma distinta dama na sala de projeção. As imagens que o autor nos oferece (tanto visuais como literárias) são extremamente necessárias para que possamos cruzar -sem malícia, pervertido leitor- as histórias, a sua e a de Maciste. Aliás, ambas parecem (e bem que poderiam ser) idênticas.


doeu?depoispassa...


O mistério Valêncio não é tão simples quanto ficou aparente nestas palavras rasuradas -claro que você não viu as rasuras, tecnológico leitor- é tudo muito mais complexo, muito mais cheio de significados do que esta mera interpretação mostrou. Mas, pela última vez, passo a palavra ao autor. E, pela última vez, com direito a novo parágrafo.

Adivinha só... claro, aspas: "Ao executar a mágica destas páginas, eu passei a você todas as informações para abrir a porta certa (...) É um truque entre eu e você. (...) Você tem que saber. De minha parte, executei o truque bem devagar, bem à sua vista, com exagerado excesso de detalhes. Fiz questão de dar indicações para que você percebesse, claramente, onde está a chave do segredo. Vamos, você tem todas as condições de abrir a porta certa: pense, escolha, abra."


ander_laine não é um mistééééério


lead:
oquê? o mez da grippe e outros livros
quem? valêncio xavier
como? companhia das letras
quando? 1998
onde? boas livrarias, baby
por quê? porque sim, já não era sem tempo
quanto? cerca de trinta e cinco pilas

6.10.04

Fodeu grandão!!! 


Agora só falta tudo!

Metalingüístico 


Roooarrrr... rrrrooooaarrrr... ai, que braveza, fofa!Eu sempre achei que metalinguagem era um EUFEMISMO pra cunilíngua, mas isso é história pra OUTRO post.

É difícil escrever. Escrever BEM, então, pior ainda. Mas, fazer o quê, né? TEMOS de matar um leão por dia (a expressão é essa mesmo?) e ainda mostrar o PAU com que matamos a cobra... que COISA, não?

Mas com o tempo ACOSTUMA -até entrete-, a gente vai pegando a MANHA, vai aprendendo a enrolar, encher LINGÜIÇA. E sabe o que é melhor? Seus QUATRO fãs nem percebem que você é o MAIOR PICARETA DO MUNDO... ávidos, eles continuam freqüentando seu BLOGUE, deixando mensagenzinhas SIMPÁTICAS de louvor à sua ÍNFIMA pessoa, sempre reafirmando o quanto VOCÊ é bom... ai, ai, MAS mau-gosto não se discute, né?

Mas fazer o quê, NÉ? São MEUS fãs e fico muito grato que eles EXISTAM. Na verdade, até o Borges (o Jorge Luis, em?) preferia quando tinha POUCOS fãs, quando só UMA livraria em Buenos Aires (e olha que lá tem mais livrarias que BOTECOS em Sampa) vendia seus livros...

Claro que não tenho a MENOR pretensão de me comparar a Borges. Eu PARO as comparações em Stendhal.... pffffff... pffffff.... hahahahahahahahahahahaha!!!!!

Enfim, meus FÃS, obrigado por me LEVAREM a sério. Alguém, afinal, tem de fazer o TRABALHO SUJO.

VII 


Era uma garota estúpida –não sabia sorrir. Sempre achei o riso um charme nas pessoas e saber rir, uma qualidade insuperável. Mas ela não, ela não ria quase nunca e, quando o fazia, era artificial e soava mais como educação que diversão. Era, enfim, terrível, deprimente dizer coisas engraçadas para tal exemplar errado da espécie humana.

Quando criança, vi-a algumas vezes. Era até que engraçadinha, não ria nunca e levava tudo a sério. Seu pai fingia que comia uma pedrinha e ela, emburradinha, dava-lhe uma bronca: "Não é pra comer!" Caso a brincadeira persistisse, a bronca continuava: "Já falei que não é pra comer!!" Nessa época ainda era engraçadinha, não ria, era seriazinha... para mim, que a via uma vez por ano.

Depois cresceu e ficou linda, uma garota linda mesmo, com olhos brilhantes, que refletiam os meus. Um corpo que deus gastou três dias e mais a manhã do domingo para fazer, tamanha perfeição e harmonia. Cabelos longos levemente ondulados, sedosos e brilhantes, magnificamente cuidados, ao contrário de minhas madeixas imundas e irregulares. Foi quando começamos a nos ver com mais freqüência.

Eu era apenas alguns anos mais velho e nossos pais se conheciam de algum lugar desconhecido para mim. Era começo de ano letivo e eu como bom –ou mau– veterano estava esperando os calouros chegarem para lhes distribuir trotes humilhantes e gratuitos. Comportamento típico de um futuro profissional responsável pela nação. Foi quando a vi, linda, frágil e perdida pelo imenso campus da faculdade procurando o local de matrícula. Fazia já alguns anos que não nos víamos e tinha ficado linda nesse ínterim. Não a reconheci, mas me apaixonei sem saber de nosso passado comum.

Cheguei como bom moço e perguntei se ela procurava a secretaria e me prontifiquei a acompanhá-la e ajudar no burocrático processo de matrícula: preencher o nome, a ficha e mostrar a identidade. Feito isso, convidei-a para um café -uma cerveja, verdade seja dita- na lanchonete da facu. Ela aceitou e caiu no 171 que acabara de receber. Nunca fui muito bom de xaveco, mas ela parecia ter se interessado em mim. Era verdadeiramente simpática, mas nunca ria do que eu falava. Justamente eu, que nunca falo sério e tiro sarro de tudo, que estou sempre fazendo piadinhas... enfim, achei que tentava fazer o tipo difícil, apesar de ter caído na cantada sem-vergonha que lhe passara.

Lá pela quarta cerveja -nesses casos de se conhecer- chega o momento de falar do passado, seja ele bom ou ruim. E, ao falarmos de nossos passados, nos reconhecemos. Imediatamente lembrei da garotinha emburrada da infância. Mudou, pensei. Mas não, continuava a mesma estúpida que leva tudo a sério. Mas estava apaixonado e pensei que valeria a pena. Não valeu. Após um mês, levando tudo que eu dizia a sério e, me achando louco, me deixou a ver navios. Até hoje sinto sua falta e quero que tenha um senso de humor como o meu. Não a ensinei a sorrir, mas ela me ensinou a chorar.

Resenha crítica 


E o que eu faço com isso tudo agora? Preciso de 6000 toques com espaço e não sei nem como começar... além do mais, tenho de ser crítico. E tenho de compartilhar meus argumentos. E fazer tudo isso soar inteligente... fodeu!

E eu ainda tenho que dormir...

Uma noite e nada mais 


Ela estava claramente fingindo. Mas, em seu fingimento, tudo fazia sentido. Tanto que até ela começou a acreditar no que fingia. Como se aquilo tudo fosse verdade. Quanto mais fingia, mais acreditava. Quando gozou, foi a consagração máxima de sua farsa verossímil. Tanto que nem quis cobrar do homem.

Antes dele sair, porém, lembrou-se de sua condição e voltou atrás. Precisava do dinheiro pra alimentar seu rebento de poucos meses

5.10.04

Enquete 


O que você produziu de bom na sua vida?

Responda e ganhe... nada!

Gênio... zinho 


A idéia é simples, na verdade. Ter uma idéia brilhante por dia. Depois, trabalhá-las bem, o que não será difícil para um intelecto tão sofisticado quanto o meu. Depois, compilar tudo num livro, editado, diagramado e ilustrado por mim. Será uma edição luxuosa, de capa dura, papel de alta gramatura e com uma mancha não muito grande, com uma fonte num tamanho priviliegiado e entrelinha avantajada. Depois, venderei minhas idéias geniais para os estúdios de cinema. Enquanto isso, meu livro venderá milhões de exemplares, será traduzido -por mim- em sete línguas diferentes e eu serei condecorado tanto por líderes democratas quanto por ditadores. Tanto a esquerda quanto a direita me adotarão como guru político-espiritual, o que apenas fará com que ambas se aproximem, revendo suas diferenças. Serei o responsável por uma nova ordem mundial, em que a paz será uma constante.

Bem, se tudo der errado, enfio a cabeça na privada e peço à minha mãe que puxe a descarga...

Descoberta feliz 


Veja que delícia de descoberta.

4.10.04

Quem não tem cão... 


Hidrata e alimenta
Acabou o banza? Tudo bem, recheei a geladeira de loiras geladas.

V 


Só... podicrê... mó gostosa, aí.. BitxBóis é da hora...Foi pela primeira vez ao mar. Nunca tinha visto o oceano. Sabia que ficaria impressionado. Mas nem tanto. Sabia que seria algo grande. Mas nem tanto. Só tinha visto surfistas pela tv. Sabia, mas não por experiência, que o mar era salgado. Ainda bem que não tinha problemas de pressão alta. Podia tomar quanta água fosse que não haveria problema.

Quem o levou foi seu irmão mais velho. Ele já tinha viajado por todo o mundo e o mar para ele era meramente rotineiro. Por todo o caminho de descida da serra não conseguiu deixar de pensar na emoção que teria ao ver, pela primeira vez o tal do oceano. Na semana anterior à viagem, definitivamente a mais esperada de sua vida, foi ao shopping center comprar umas roupas de surfista tipo umas bermudas floridas, umas camisetas de surf e também umas roupas de banho, afinal, não tinha maiô...

O caçula também foi. Ele também nunca tinha visto o oceano. Mas tudo bem, era muito novo para saber o que isso representava de verdade. Talvez nem estivesse tão ansioso. Era tão novinho que talvez ficasse só pensando em jogar taco na areia. Besteira. Só de pensar nisso, ficava com ódio do menino e pensava em dar-lhe uma bronca e uma surra mas após um tempinho pensava que não havia grandes problemas, afinal, se conhecesse o mar de moleque, não teria os dramas de consciência que ele próprio tinha por tão grave ausência em sua vida.

O mais velho era surfista. Quer dizer, surfava de vez em quando. Era o típico surfista de banheira. Mas, para ele, seu irmão era o maior surfista da história. Um Kelly Slater da peste. Claro que ele sabia quem era Kelly Slater. E mais, sabia e admirava.

Na perua Escort que os levou ao Guarujá, com suas pranchas de surf montadas no rack, o som que imperava era obviamente Men at Work e os bons e velhos Beach Boys. O único porém da viagem era o carro da mãe. Realmente seria mais esquema ir lá de picape ou alguma coisa do gênero, mas precisavam do rack do escortão.

Quando o carro parou na pousada, propositalmente distante da praia – manter o suspense era essencial – seu coração estava a mil, parecia até um daqueles frenéticos tambores que os caras das ilhas da Polinésia francesa tocavam sem parar naqueles filmes dos anos 50. Mal podia esperar para chegar à praia e sentir a areia roçar seus pés e sentir as ondas beijando seus tornozelos.

Mal agüentava a ansiedade de ver, finalmente, a arrebentação – sempre adorou essa palavra – poderia ver as ondas e também iria aprender a surfar. Seriam os cento e sessenta paus mais bem gastos da vida, esses da prancha, da roupa e do lash.

Caminhou os dois quilômetros até a praia mal se agüentando nas pernas. Só conseguia pensar "finalmente, finalmente, esse é o melhor momento da minha vida..."

Ao chegarem à praia, um homem da prefeitura barrava todos dizendo que a praia estava poluída e o mar, impróprio para banhistas.

Reconquista 2 


Infelizmente, só uma parte do meu passado foi recuperada... o resto continua no limbo sem assistência imposto pela microsoft.

Democracia, aka Governo do demo 


Na atual configuração política paulista(na), prefiro uma mãe botocada e um filho roqueiro a um pai genocida e uma filha dasluzete.

Bon marché 


É... tem coisa que só em sebos, mesmo...Bela compra hoje, um livrão de Bob Woodward e Carl Bernstein, os repórteres do Washington Post que investigaram o escândalo de Watergate, chamado Os Últimos Dias. Adivinha de quem são os últimos dias, biduzão... por cinco real, num sebo-barra-papelaria perto de casa.

Eu tinha entrado lá pra comprar uns lápis. 4B, porque tenho achado os 2B muito claros. Aliás, é estranho isso: na lapiseira, 2B é bem escuro, mas nos lápis, acho o grafite meio claro demais...

Enfim, entrei pra comprar lápis. Aí comecei a ver os livros de três reais. Depois os de quatro. Quando cheguei aos de cinco, na prateleira mais baixa, deparei-me com o cartapácio da foto. Não resisti ao impulso consumista de possuir a reportagem de dois importantíssimos repórteres estadunidenses.

Bela compra, três lápis 4B e o livrão. Satisfiz meu ímpeto consumista.

Cuidado com as espinhas 


Retirado da Agência Estado, segunda-feira, 04 de outubro de 2004:

Ladrões ingleses levam US$ 900.000 em chocolate

Londres - Ladrões dirigindo seus próprios caminhões roubaram seis caçambas cheias de chocolate, no valor de mais de 500.000 libras (US$ 900.000) de um parque industrial no nordeste da Inglaterra, informou hoje a polícia. Desde o roubo, realizado no domingo, cinco das caçambas foram recuperadas: quatro vazias de uma ainda carregada de ovos de Páscoa. "Foi um ataque muito bem organizado", disse uma porta-voz da polícia. "Não sabemos se eles pretendiam voltar para buscar os ovos ou se acharam a carga muito datada".

AP

Reconquista 


Hoje achei umas coisas velhas e até que médias aqui em casa, preparem-se para a volta à ficção!

Pretensões 


01- ficar rico;

02- arranjar um emprego numa grande corporação;

03- casar com uma gostosa siliconada;

04- ter um jet-ski;

05- passar a lua-de-mel na disney;

06- casar em las vegas;

07- ser um best-seller;

08- entrar pra á-bê-éle;

09- parar de mentir;

10- deixar de fazer piadas bilíngües;

11- esperar menos dos meus interlocutores;

12- não levar nada às últimas conseqüências.

Fique são 


Primeiramente, que fique bem claro que o título é uma apropriação indébita de JC Costa Netto (na música Coração fique são).

Eu abandonei a ficcão, né? Talvez tenha me centrado demais em meu próprio umbigo pessoal. Talvez minha vida tenha se tornado mais surreal que minha imaginação. Arrã... não!

Mas, de qualquer maneira, como um marido infiel -e abusando de lugares comuns- que à casa torna, talvez um dia volte a me conciliar com a deliciosa ficção.

Por enquanto, apenas notinhas sobre... nada.

Orgasmo total, orgasmo tô-taaal... aka Amor 


Ele PONDEROU que -talvez- tivesse sido o Ray Charles. Talvez fosse AQUELA cervejinha que eles haviam tomado algumas horas antes. Afinal, era sua marca favorita... o fato é que a NOITE havia sido FODA. Em todas as ACEPÇÕES possíveis.

O filme era bom, nada EXCEPCIONAL, mas bom. Mas vamos encurtar o PALAVRISMO e partir pras cabeças. Desculpe, leitor, eu CABULEI a aula de desenvolvimento de roteiro, portanto, à CONCLUSÃO.

Gozaram JUNTOS, rigorosamente ao mesmo tempo, com mesma duração e INTENSIDADE. Ela por cima -ao melhor estilo peão de boiadeiro-. No MOMENTO seguinte ao orgasmo total (orgasmo tô-taaal, orgasmo tô-taaal...) Ele sentiu uma GOTA cair em sua testa. Achou que Ela estivesse suando MUITO. Quando pôde, FINALMENTE, abrir os olhos, viu que Ela chorava, ao MESMO tempo em que ria muito. Seus olhos BRILHAVAM e Ela transpirava felicidade, nem foi preciso que Ela lhe dissesse o QUANTO estava realizada.

1.10.04

Passeio na Deodoro 


Ahhhh... esse sim é um Precision Jazz Bass...Hoje eu fui dar um passeio na Teodoro Sampaio, a meca dos instrumentos musicais de Sampa. Numa das lojas, talvez na Soul Music, eu vi um Fender Jazz Bass (amerciano, claro) sendo anunciado. Quando eu parei pra analisar melhor o bichão, vi que era um Precision... que coisa estranha, no headstock diz que é uma coisa, mas o instrumento, evidentemente, é outra... que loucura!

Medalhista 


Eu tou tentando bater o recorde mundial de post mais rápido. O atual é de um japonês, maldito ejaculador precoce...

Honras de um herói 


Estou postando diretamente da CORPORAÇÃO a qual eu represento. O que é uma honra, posto que meu cargo não dispõe de um computador com acesso à rede. Na verdade, o próprio mouse mal funciona...

sACal
---
LegAL
ooooo
000
OOOOO
bmw placa bmw
001
piada
ouro
002
sarcasmo
frenar
003
irreverência
dourado
004
cerveja
swarowsky
005
gonzo
light
006
sexo
hipocrisia
007
ruído
silicone
008
magrelas
assepsia
009
objetos promocionais
publicidade
010
ironia
celebridade
011
coleções
indecisão
012
bong
cagüetagem
013
silêncio
caga-regrice
014
bolachas de chope
maniqueísmo
015
contradição
lentidão
016
fogo
conteúdo pago
017
imdb
marketing
018
gibi
beterraba
019
coxinha
autoritarismo
020
subversão
burrice
021
objetos etílicos
a polícia
022
the police
reality show
023
ímãs de geladeira
veadinhos
024
porquinhos
03 pês
025
03 bês
enlatado
026
música
rotina
027
férias
comedimento
028
palavrão
analfabetismo
029
trema e circunflexo
sem texto
030
contexto
responsável
031
vagabundo
sol
032
sombra
comida congelada
033
larica
ética
034
estética
estética
035
ética
hierarquia
036
insubordinação
direita
037
esquerda
absoluto
038
relativo
verdade
039
mentira
súbito
040
subtil
certo
041
erado
imitação
042
verossimilhança
insetos
043
lagartixas
canibais
044
canabis
tucanos
045
qualquer coisa
especulação
046
ocupação
rigor
047
vigor
barbaridades
048
barbarismos
royalties
049
domínio público
banho
050
banheira
boa idéia
051
cachaça de verdade
micro$oft
052
software livre
evangelização
053
ejaculação
convencional
054
experimental
quente
055
frio
paróquia
056
paródia
dicotomia
057
pluralidade
cópia
058
plágio
hímen
059
hífen
monarca
060
menarca
camisinha
061
pílula
o normal
062
anormal
esotérico
063
exótico
hesitar
064
exitar
chuvão
065
chavão
hesitação
066
exaltação
puritano
067
putanheiro
remédios
068
depressão
erótico
069
pornô
indies
070
índios
desafio
071
desafino
trauma
072
trema
kurt cobain
073
dave grohl
drogas
074
entorpecentes
o dia todo
075
todo dia
i
111
I
zz
222
ZZ
incenso
420
marofa
sssss
555
SSSSS
dEus
666
diAbo
colírio
743
óculos escuros
zu3b
999
odAib
arde
MAS
cura
ser
NÃO
ser
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PIX
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softcore
XXX
hardcore