19.10.04
Nem tudo muda
Retirado da Agência Estado, segunda-feira, 18 de outubro de 2004.
Nota do Exército sobre Herzog desagrada Lula
Tânia Monteiro e Leonel Rocha
Nota do Exército sobre Herzog desagrada Lula
Brasília - A nota oficial divulgada pelo Exército no final de semana, em resposta à notícia publicada pelo Correio Braziliense com fotos do jornalista Vladimir Herzog, ainda vivo e em situação humilhante, criou uma crise que envolve o Palácio do Planalto, o Ministério da Defesa e o Comando do Exército. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não gostou do tom da nota do Exército, considerada muito dura, elogiosa ao golpe militar de 1964, e que trata o movimento como fruto de "clamor popular em resposta ao movimento subversivo que se recusava ao diálogo".
Antes de embarcar para Curitiba, Lula convocou o ministro da Defesa, José Viegas, para uma conversa, ainda na Base Aérea de Brasília. Viegas, que não havia sido consultado pelo Exército para divulgação da resposta ao jornal, também não gostou de o nome do Ministério da Defesa ter sido envolvido nas explicações da Força Terrestre e chamou o comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, para as devidas explicações, em seu gabinete.
A nota da Força publicada ontem diz que, em relação às mortes ocorridas durante as operações de combate ao avanço do que terrorismo internacional, "o Ministério da Defesa tem insistentemente enfatizado que não há documentos históricos que as comprovem, tendo em vista que os registros operacionais e da atividade de inteligência da época foram destruídos em virtude da determinação legal".
Na nota, o Exército diz que o movimento "fortaleceu a economia, promoveu a fantástica expansão e integração da estrutura produtiva" e concluiu dizendo que "considera ação pequena reavivar revanchismos ou estimular discussões estéreis sobre conjunturas passadas, que a nada conduzem". Há, entre os militares, incerteza quanto à possibilidade de as fotos serem mesmo de Herzog.
Antes de embarcar para Curitiba, Lula convocou o ministro da Defesa, José Viegas, para uma conversa, ainda na Base Aérea de Brasília. Viegas, que não havia sido consultado pelo Exército para divulgação da resposta ao jornal, também não gostou de o nome do Ministério da Defesa ter sido envolvido nas explicações da Força Terrestre e chamou o comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, para as devidas explicações, em seu gabinete.
A nota da Força publicada ontem diz que, em relação às mortes ocorridas durante as operações de combate ao avanço do que terrorismo internacional, "o Ministério da Defesa tem insistentemente enfatizado que não há documentos históricos que as comprovem, tendo em vista que os registros operacionais e da atividade de inteligência da época foram destruídos em virtude da determinação legal".
Na nota, o Exército diz que o movimento "fortaleceu a economia, promoveu a fantástica expansão e integração da estrutura produtiva" e concluiu dizendo que "considera ação pequena reavivar revanchismos ou estimular discussões estéreis sobre conjunturas passadas, que a nada conduzem". Há, entre os militares, incerteza quanto à possibilidade de as fotos serem mesmo de Herzog.
Tânia Monteiro e Leonel Rocha