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30.1.04


Atenção... primeira tentativa. Matando trampo... eu tenho umas loucuras estranhas mesmo. Sei lá, eu não gosto mesmo do que faço, quer dizer, deixa eu me explicar, eu não gosto das coisas que escrevo. Fato primiero. Auto-crítica é bom, mas acho que no meu caso é um pouco exagerado...

De qualquer forma, eu tenho, na mesma intensidade com que não gosto do meu trabalho, uma obsessão por normatizar as coisas que faço. É uma coisa obsessiva mesmo: eu estou sempre catalogando, arquivando, sistematizando a minha (mal)dita "obra".

Sei lá, vai ver que é algum tipo de preocupação atávica com minhas coisas que não pode ser ignorada... ou então, secretamente, eu me acho tão bom, mas tão bom, que eu preciso arquivar minhas coisas pra que os outros possam achá-las depois e entendê-las também... ou então é uma forma de compensação: eu não sei escrever, mas o que escrevo, está bem guardadinho, bem catalogado, direitinho.

Sei lá, sei que sou bem obsessivo com a ordem e a organização do meu trabalho. O que quer que isso queira dizer...

29.1.04


Acho que eu sou meio autista. Sei lá, às vezes eu fico me perdendo em uns pensamentos retóricos absurdos, apenas de leseira, nada de mais... fico me reafirmando coisas de várias maneiras possíveis. Só pra passar o tempo.


He, he, he... hoje eu resolvi que ia fazer um caminho diferente pra ir à Lapa. Eu decidi ir de metrô e trem, em vez de ir só de busão como costumo fazer. Legal, peguei o metrô, ia pegar o trem...

Mas e aí? Como é que faz pra pegar o trem? Ah, é só passar pela catraca, não tem senha, nem nada... ah, beleza. Passei a catraca, olhei no mapa, me decidi por qual trem pegar, olhei as placas... tudo bem.

Entrei no trem certo, obviamente. Mas desci na estação errada. Era a segunda, não a prrimeira. Pior é que eu desci na estação errada e não percebi. Eu via em vários lugares uma placa gigante escrita Água Branca, e procurava a saída pra Água Branca, sem me ligar que esse é o nome da estação...

Quando eu saí da catraca é que eu percebi... oquei, preju de dois conto... oquei, finalmente o trem de novo -trem demora pra passar, não sabia. Achei que fosse igual ao metrô, que passa até que bem depressa- e, agora sim, na próxima estação.

Desci certinho agora, e, pra deixar de ser cabeçudo, perguntei pro guardinha: "pra rua Guaicurus?" Aí ele explicou e disse que era meio longe, eu falei que tudo bem e segui andando. Mas eu tava tão lesado que, no tempo em que fiquei conversando com ele, esqueci o caminho... obviamente, caminho errado.

Devo ter perdido uns quinze minutos perdido, tanto no metô como na estação da Água Branca como na rua... deixa quieto, burrão demais...

28.1.04


Deixa eu ver... do que eu quero falar? Acho que falta bom humor pras pessoas em geral. Elas são todas muito sérias, sisudas. Profissionais. Até aí, ótimo. O foda são as pessoas que são profissionais vinte e quatro horas por dia.

Muito sério, elas tinham que se descontrair um pouco, relaxar. Se preocupar menos. Menos stress, todas essas merdas dão câncer.

26.1.04


Ele estava perto o suficiente apenas para vê-la bem. Ela era diferente, sempre a vira de longe e agora, de onde estava, podia ver perfeitamente detalhes dela -mais que detalhes, ele via seus gestos e... ele a via bem, era meio míope mesmo e, de longe era bem foda...- e a expressão em seu rosto. Ele via seu sorriso.

É bem verdade que ela tinha umas coisas muito cafonas. Tinha uma coisa que ela fazia com os braços e os olhos no melhor estilo cantonês de apresentadora-infantil-anos-80-kung-fu-secreto: ela imitava um luminoso de neon piscando -os olhos e as mãos.

Mas tudo bem, ele estava perto dela. Sentia que aquele momento era mesmo inédito. Seria o melhor show. Ele estava à distância perfeita, apenas uma luz, bem na sua cara, atrapalhava. Mas isso logo seria solucionado: a pianista entrou na frente. Perfeito; aliás, a luz às costas da pianista ressaltavam suas formas. Era bem bonita. Talvez a mais bonita da banda. Talvez, mas ela era mais bonita.

Ela era muito boa no palco. Ela estava mau-humorada, talvez por causa do mike, que tava uma merda mesmo. Era de cabo, tava com mal-contato, e baixo. No final do show um técnico trocou, cortou a fala da pianista, causou um desconforto e sanou o problema.

O show foi bem legal, a banda toda era muito boa e os arranjos era bem difíceis. Legal, eles eram bem engraçados, é um show muito teatral e performático e todas essas definições. Mas, vê-la de perto foi o auge do dia.


Ontem foi feriado. Mas devia ser proibido feriado de domingo... puta desperdício. De qualquer forma, foi feriado, mas como foi o aniversário de 450 anos de Sampa, ninguém percebeu. Teve show do Caetano e aquela coisa toda.

Aliás, uma coisa que me irritou profundamente nessa semana de comemoração dos 450 foi a incontável quantidade de vezes em que as rádios tocaram Sampa. E olha que eu nem ouço muito rádio, e ainda assim eu ouvi Sampa umas 450 vezes...

24.1.04


Já é hora de dormir.

Uau... não acredito que realmente tenha começado assim o post. Deixa quieto. Vou começar de novo...

Ah, mas agora não quero mais, foi muito broxante esse começo. Deixa pra lá, vou ter que fazer outro post.


De manhã não tinha sobrado nada... só um monte de panos amontoados num canto, sujos e embolotados, amassados. Provavelmente estavam fedendo, mas não tive o sangue frio de cheirar. Era uma cena bem desagradável. Quer dizer, seria, se não fosse tão comum.

Ao menos uma vez por semana acontecia. Infelizmente, menos do que desejava. Talvez diariamente fosse uma boa base de cálculo inicial. Mas dependia da vontade dela. Única e exclusivamente dela. Quando ela quer, ela vem. e não há nada que eu possa fazer pra mudar isso. Quer dizer, até posso tentar convencê-la a vir, mas sem nenhuma garantia.

Mas, mesmo assim, ela sempre vem. No fundo, acho que ela também não resiste. Mas é bem estranho quando ela vem. Na verdade, ela parece uma estranha, age como se sempre fosse a primeira vez que a gente se vê.

Eu preciso parar de contar essa história por alguns instantes e extravasar minha ira. E indignação... cara, eu tou ficando velho ou o roquenrou tá mesmo ficando uma merda pra adolescente babaca gastar o dinheiro dos pais? PORRA, quando eu era moleque ouvia umas barulheiras de foder a cabeça tipo Slayer, Motörhead (holyshitmuthafucker, uma banda com trema!!!!), Metallica, Megadeth (a banda do coração, olha que meigo), e outras barulheiras a fim. Hoje, você liga numa dessas rádios rock e ouve CPM 22, Evanescence, Linkin' Park, putaquepariu! Ninguém merece umas merdas dessas... Pelo menos superamos os New Radicals (ei, alguém se lembra deles? Eram aqueles mauricinhos que tocavam rock de mauricinho e queriam fazer revolução - eram os novos radicais. Num shopping center...) Os caras conseguiram enlatar desde o roquenrou simples até o hard-core (e dizem que CPM é uma banda de hard-core romântico. Imagina o Buzzcocks ou o os Descendents cantando essas merdas que o Badaui -esse é o nome do bróder?- canta...) e também o punk e o metal... não lembro onde eu li, mas achei mestre: Evanescence é a Sandy e Jr. do metal. E o pior é que a Sandy é muito mais gatinha que aquela baranga metida a gótica. Lembrei onde eu li, foi aqui.

Enfim, ela chega e me cumprimenta, me dá sempre um beijo no rosto. Sem abraço ou demonstrações mais afetuosas. Tira o casaco e sempre põe no mesmo lugar, em cima da minha poltroninha. É uma poltroninha legal, meio comprida, dá pra se esticar, ler um bom livro e puxar um ronco se o livro não for tão bom assim. Acho que vou pôr mais perto do som, aí dá pra curtir uma sonzeira nos fones, que é bem legal.

Depois ela senta, tira os sapatos e vai até a cozinha. Que é longe pra caralho da sala: quatro passos. Dos meus, ela deve dá uns quatro e meio. De qualquer forma, ela vai até a cozinha, sempre descalça -acho que ela gosta do chão frio- e volta com duas brejas. O bom da sua casa é que você escolhe as prioridades. A minha é cerveja. Sempre tem. E sempre tem gelada. E, melhor, sempre tem a marca que eu gosto. A minha sorte é que gosto de uma marca mais barata. Abre parênteses: não, eu não tomo Kaiser, PORRA!

É bom poder tomar uma cerva gelada e poder olhar nos olhos dela. Bem fundo. Sei lá a presença dela e da breja me despertam coisas boas ainda, apesar de tudo. É como se de repente eu me acalmasse, e perdesse todo aquele mal-estar que fica no corpo. Sei lá, talvez eu passe muitas horas na frente do computador.

Depois de tomar a cerveja a gente acaba conversando. PORRA, a gente é amigo, afinal. Quer dizer, sei lá, a gente já foi amigo um dia. Bem amigo, até; ela foi a melhor amiga que eu já tive. Mas agora é diferente. Não chega a ser aquela coisa fria, nem por obrigação, mas é diferente. Desde o acidente é diferente.

Quanto tempo já faz? Cinco ou seis anos. Talvez sete. Não lembro, o cérebro tem umas coisas dessas: ele bloqueia algumas memórias indesejadas. Claro que não é nesse nível. Ele apaga, ou melhor, muquia, as lembranças e os detalhes de eventos traumáticos. Não a data...

É, acho que ela ainda se sente culpada por aquilo. Bom, eu, no lugar dela, me sentiria. Não é todo dia que você aleija a pessoa que você ama. Deve ser por isso que a gente se sente diferente: na verdade, eu nunca a perdoei por aquele dia. Eu nunca aceitei isso, mas é a verdade. Eu sempre tentei fingir que tudo bem, que afinal, o que é um par de pernas... mas não. Foi, sim, crucial pra mim e, desde então é difícil ficar perto dela. Claro que eu gosto, mas é difícil.

E, além disso, nada me tira a certeza de que ela só volta aqui, na verdade, por sentimento de culpa. Ah, e pena de mim, o que, particularmente, dispenso. Realmente não faço questão da pena dela. Sou um aleijado, sim, mas não tou morto e não deixei de fazer as coisas... nada. Só trepar e mijar. Cara, eu odeio essa sonda!

E ela veio recolher a minha roupa suja que ela ainda insiste em levar pra lavar. Não sei que tipo de prazer ou favor ela vê nisso, mas deixo.

22.1.04


Essa noite eu sonhei com a Suzana Salles. Grande sonho, campeão... Rapaz, sou fissurado nessa guria. Oquei, não é guria. E ela nem é tão bonita assim, também. Mas quando ela sobe no palco, é o famoso holyshitmuthafucker! Ela simplesmente domina. Foi legal sonhar com ela, foi um sonho bem pra cima.


A melhor coisa de quando eu fico doente é melhorar. Não, essa frase não é só uma afirmação estúpida... é que, conforme eu vou melhorando, meu corpo começa a liberar umas coisas bem sujas. Tipo catarro pra caralho, pus, é uma pá de coisa que eu olho e fico pensando ainda bem que saiu, essas porras devem fazer o maior mal... deixa quieto. Pelo menos eu fico limpo também.


Uma das coisas mais legais dos programas de download são as estatísticas. E ali onde diz quanto tempo ainda falta pro download fica o auge do programinha: os caras transformaram o sistema de hora em base dez. Faltam 12, 9h pra acabar o download. Legal, quantos minutos são 0,9 horas? De cabeça, sem pensar: mais ou menos que cinqüenta minutos?

Cinqüenta e quatro. Mas eu tive que fazer na calculadora, com regra de três e tudo... acho que vou decorar quanto vale, em minutos, cada décimo de hora... Tou de férias, mesmo, não tenho muito o que fazer.



Era um balcão de bar de fórmica vermelha. E eu ali, naquele balcão, pedia: "Queirós, mais um istainhéga..." E ele disse: "Você já bebeu muito, já bebeu demais... vai pra casa, moleque!"

Chorava, embriagado... deplorável... desgostoso de tudo... bêbado. Bêbado pra caralho. Igual àquele cara que acordou com uma puta ressaca um dia e, sem saber direito o que tinha feito na noite anterior, resolveu ir ao bar que sempre ia. Quando chegou, perguntou ao barman se ele havia estado lá na noite anterior. Sim. Então, perguntou se ele tinha bebido muito. Pra caralho à beça. Perguntou, depois, quanto ele tinha gastado. Uns 70 contos. "Puta, ainda bem, achei que eu tivesse perdido 70 contos."

Toda piada de bêbado é infame? Ou isso só acontece quando você tá sóbrio? É uma merda ficar sóbrio... e aí, tá a fim de encher a cara comigo?

Por que quando a gente quer levar uma mina pro motel a gente convida ela pra tomar uma breja? Por que não chama logo pra ir ao motel, se ela não quiser, ela não vai mesmo. A menos que você a deixe tão embriagada que ela não possa mais responder por si, mais aí vai dos seus valores éticos... Outra: se você convidar pra ir direto pro motel, você economiza uma graninha! Pra mim é mestre isso, já que, normalmente, quando saio pra tomar umas geladas, acabo gastando uma grana... Sempre mais do que gostaria.



Essa é a melhor hora do dia: hora de tomar banho. Calma, eu explico, é que sempre dá pra fumar uns baseados no banho. Na verdade, não... dá é pra fumar um paipe no banho. É bem legal, dois peguinhas dragôncios e tudo limpo. E segura até estourar os pulmões. O foda é que eu fico bem lôco no box e sempre quase caio... lesado!

21.1.04


Uma coisa legal que eu tenho em casa é um dicionário antigo inglês-português que tem tradução de nomes. É bem legal, ponto.


Aqui estamos nós, sentados nesse restaurante, e ela quer casar semana que vem e eu nem sei bem o que quero... Esse Chablis é muito bom mesmo, vou encher os copos, é lógico que ela também gostou. Eu tenho que contar pra ela o que eu conversei com a Mãe... Que será que esses japoneses tão fazendo aqui, acho que vi uma tattoo. Yakuza?...

Não, eles só vão pagar quinhentos pra ela, meu tio falou que eu consigo um pau e duzentos... por que ela nunca me ouve? Por que ela sempre fala em independência, eu não acho... não quero... que ela seja independente, mas ela não pode saber disso, vou dizer que tudo bem. Agora ela vem me falar de leitura... livros?... que que tem?... eu só entendo de vinhos. A única coisa que eu sei sobre escrever é que é uma muleta, comoa Mãe me disse. Eu só entendo de vinhos, e esse aqui é muito bom... Acho que ela não concorda comigo.

Quem é esse Duílio? Ah, o editor; não posso esquecer esse nome de novo: Duílio. Então, sempre que ela falar o nome dele eu vou lembrar: "O Duílio disse que eu sou uma boa observadora." Ele quer mudar o título... acho que ela aceitou a sugestão: "Armação em Limitada". Do que fala o livro dela? Esqueci, acho que eu nem li... Esses japoneses... que sotaque engraçado... Porra, chacoalhei o Chablis, fodeu... Salada de fruta, boa idéia, vou pedir depois.
(inspirado em "The Invisible Japanese Gentlemen" Graham Greene)


Já era de manhã e eu tava voltando sozinho pra casa. Quer dizer, de manhã mais ou menos... eram umas cinco e pouco. Só que ainda não tinha o busão que me leva pra casa. Então eu fui andando mesmo, fazer o quê? Tava na Paulista, ali perto da Brigadeiro, naquele farol demorado. Não sei se eu fico mais grilado, lá, pelos gambés que ficam naquela esquina ou de algum ladrão que possa aparecer. Acho que dos gambés, que tão sempre lá.

Enfim, quando eu cruzei a rua -tava um céu lindo, meio avermelhado, meio laranja, aquele cenário que só a poluição pode causar- eu vi, alguns metros na minha frente, uma mina que, de costas, parecia muito minha ex-namorada.

Eu tenho uma teoria (?) que diz que todos seus problemas afetivos são culpa de uma pessoa só. E você sabe quem é. Enfim, eu achei que fosse ela na Paulista, o meu problema.

Sei lá, é meio difícil pra mim me aproximar dela: mais do que estourar a calça, eu tenho medo de me envolver de novo e viver todo aquele pesadelo de novo. E o pior é que eu sei que ela se sente assim também. Talvez eu seja o problema dela...

Então eu nem corri nem chamei ela. Só fiquei olhando. Claro que eu apertei um pouco o passo pra ver mais de perto. Se não era ela, era muito parecida: mesma altura, mesmo cabelo, roupas bem no jeitão dela, andava igualzinho, mexendo os braços do jeito que só ela mexe. Até a bunda dela era parecida...

Mas tinha alguma coisa estranha. Não saberia dizer o quê. Talvez fosse o cheiro dela. Claro que não, o vento tava a nosso favor, o cheiro dela tava soprando pra frente... Aquilo tava ficando muito estranho então eu resolvi chamar e ver se era ela mesmo.

"Fulana! Fulana!" Abre parênteses: claro que esse não é o nome dela... você acha que eu ia queimar o filme dela dessa maneira? Fecha parênteses. Ela olhou. Era ela mesmo...

Oh-oh, e agora? Que que eu faço? Caralho, sempre que a gente se vê eu acabo agindo que nem um adolescente... puta cabacice. Calma, respira, relaxa e tenta não tremer. Tenta ficar calmo, agir naturalmente.

Interlúdio: o namorado -carioca- de uma amiga não gosta do Arrigo Barnabé porque ele é muito pauilstano. Sempre achei meio exagerado. Aí, ouvindo a música "Pô, amar é importante" eu entendi o que ele quis dizer...

Retomando: Até que eu me saí bem: conversinha besta, o famoso será que vai chover e tudo o mais. Os americanos chamam isso de small talk. A famosa conversinha... E a gente foi andando em direção ao Paraíso -com toda a simbologia que isso carrega. Mas ainda tinha uma coisa estranha.

Acho que era o jeito que ela falava. Ou melhor, as coisas que ela falava. Do jeito que ela tava falando, eu percebi que algo muito grave tinha acontecido. Mas não sabia se eu queria saber. Eu tenho medo porque ela também sempre quer se envolver, mas a gente junto não dá muito certo. Esse que é o grande problema. Quando a gente fica longe é foda, é melhor nem ver nem falar com ela. Quando a gente tá junto é pior... o relacionamento é impossível.

Sei lá, vai ver ela matou o namorado dela... uau, não ia me surpreender se ela fizesse isso. Não mesmo. O que eu acho mais estranho é o fato de ela não gostar muito do cara... e sempre me liga quando tem problemas com ele. Que bosta, não dá nem pra xavecar ela direito.

Mas não era isso porque logo depois o maluco ligou no celular dela e eles ficaram um tempo trocando idéia. Eu até pensei em me afastar, atravessar a rua, olhar uma vitrine ou, sei lá, sair fora mesmo, mas ela segurou meu braço. Forte demais, até. Tive que ficar, né? Fiquei, ouvindo a conversa dela. Porque a parte dele eu não conseguia ouvir.

Eu sempre fico pensando em povos antigos quando vejo alguém falar no telefone: é bizarro, a pessoa conversa sozinha: "Sim... não, a Claudinha falou pro Jonas, não a Lurdinha... a Bianca não vai... quem?... quem é essa?... ah, aquela sirigaita, biscateira... não, claro que eu não tenho ciúmes dela, é só ela ficar longe de você... de novo?... assim não dá... não, não dá mesmo, todo dia é a mesma coisa... nossa, você não sabe o que o Dênis me falou hoje..." e por aí vai.

Era uma conversa muito estranha, até porque só ouvia a metade e, convenhamos, não sei dos detalhes do relacionamento deles. Até por falta de opção. Não lembro bem o que ela tava falando, mas não importa, não era isso que estava estranho nela.

E desligou. E voltou a falar comigo. E começou a chorar. Muito. Mesmo. Foi aí que eu percebi o que estava estranho: ela tinha um corte gigante na altura do ventre. Feito por um punhal? Parecia um ritual de hara-kiri -atenção, hara-kiri é o suicídio ritual dos japoneses. Você pensou em daiquiri, que é um drink que leva rum, suco de limão e um barato que chama grenadine. Sei lá, odeio drinks... Ô, Queirós, me vê mais uma Serramalte e outro istainhéga...-: um corte profundo que começava no abdôme e subia até abaixo do peito direito. Mas ela nunca teve tendências suicidas e nem era japa... que bizarro.

Aí que, disfarçando a minha indelicada desatenção, eu reparei um popuquinho melhor e até arrisquei: "Nossa, que houve?..." Assim mesmo, como quem não quer nada. Ela só me olhou, parou de chorar, limpou as lágrimas na minha camiseta de breja e sorriu.

Abre parênteses: caralho, que sorriso lindo! Fecha parênteses.

No que ela sorriu, me beijou no rosto, na face direita porque ela estava pra dentro da calçada, e falou: "Nada."

E saiu voando. Assim, de repente... ascendeu ao céu e aí eu entendi o vermelho daquela manhã. Fiquei parado, meio embasbacado mesmo, olhando e vendo se não era sonho, alucinação -aquele ácido já tinha passado há um tempo, mas sabe como é flashback- ou efeito especial, pegadinha...

No lugar em que ela estava, ficou só um pedaço de pano: seda. Chique. E um bilhete com o meu nome escrito: "Foi melhor assim. Não tinha como ser de outro jeito. Não tinha mesmo... Nada ia fazer a gente ficar junto, nada. Só seja um bom menino que, quem sabe, a gente não se encontra aqui em cima..."

Como assim? Todos meus amigos vão pro inferno, você acha que eu vou perder essa balada? Você que seja má e trate de descer...

De qualquer forma, guardei o teco de seda e o bilhete no bolso e entrei num boteco pra tomar uma cerva gelada e pensar a respeito, enquanto o busão não chegava.

20.1.04


Quando eu fico com febre não dá nem vontade de tostar um...
É uma merda ficar doente. Espero que amanhã eu melhore...


Quebrar o protocolo. Muito legal essa expressão, né? É...


Eu sempre vejo essas minas muuuuuuuito gostosas que aparecem nas revistas de mulher pelada e nos ensaios de peladas e sempre, sempre fico pensando se elas realmente existem. Quer dizer, será que elas existem? Será que alguém come essas minas? Espero que sim, pro bem delas... se não, elas acabam ficando que nem uma professora de gramática que eu tive no colegial. Na verdade, eu desconfiava que ela fosse ninfo, mas, quando a gente conheceu o marido dela, um gordinho com cara de bobo, eu passei a acha só que ele não dava no coro. De qualquer forma, mulher mal-comida é a pior coisa que tem. Depois de bêbado depressivo... mas antes de pessoas que cospem quando falam.

Oquei, eu admito que, de vez em quando, cuspir acontece. Mas tem gente que cospe sistematicamente. Perguntinha: por que quando você cospe é cuspe e quando você cospe falando é perdigoto? Por que quando é verde é ranho e quando é branco ou transparente é coriza?

Eu tenho um amigo que adora adivinhar que minas são ninfos. É incrível, ele conversa cinco minutos com a mina e depois, vira pra mim e diz: "Acho que ela é ninfo." Com base nos critérios mais bizarros possíveis. Ela fala muito, fala pouco, se abre demais, é fechada. Sei lá, acho que ele erra sempre...


Hoje eu escolhi minha palavra preferida em português: conseqüência. Ela é legal porque tem trema e acento circunflexo. Ei... circunflexo também é uma palavra bem legal; mas é mais legal pela sonoridade do que pela estrutura dela.

Você também nutre uma grande simpatia pelo trema? Eu sim. E vou ficar indignado se o trema cair. Abaixo a queda do trema! Espero que Portugal nunca assine a reforma ortográfica que abole o trema. Senão, assassinarão a língua.

Acho que vou fazer minha própria revisão ortográfica: trema a dar com paü! Que bosta...

Será que eu começo a pôr título nos meus posts? O que você acha? Legal, eu também acho isso.

Abre parênteses: não sei ainda a resposta, você não me falou nada, foi só um falso diálogo pra eu me sentir menos sozinho nesta noite de terça. Fecha parênteses.

Eu nunca fui muito ao teatro. Não sei por quê... mas, de qualquer forma, eu sempre li teatro. Não tanto quanto eu gostaria, mas, na real, eu nunca li tanto quanto eu gostaria. Enfim, o que eu sempre gostei no teatro são as explicações -acho que se chamam marcações, né?- que entram no meio do texto: "as luzes se apagam", "vira-se para a esquerda e sorri", "tira lentamente a calcinha e esfrega sua xoxota molhada com as mão sujas de sangue menstrual". Infelizmente nunca li essa última em nenhuma peça. Prometo que, se escrever uma peça, dou um jeito de incluí-la...

Vou reconsiderar: não gosto da palavra xoxota. Acho feia. A palavra, obviamente... prefiro buceta, mas buceta ainda choca muito as pessoas. Xana é nome de gente; vagina só médico fala; xavasca é legal, mas parece tiração de sarro. Sei lá, estou aceitando sugestões pra que nome da perseguida pôr na minha peça. Se você quiser contribuir também com um argumento, personagens e diálogos, esteja à vontade...


Caramba, o ano já começou! Logo mais é carnaval. Eu adoro essas coisas -eu sempre achei que era só eu, mas depois vi que não- de feriado: quando um passa, você já fica logo pensando no próximo. Mas o próximo, na verdade, não vai prestar, cai num domingo... é aniversário de Sampa. Será que já é o próximo domingo? Sei lá...

Eu odeio que mexam na minha cerveja! De verdade, se você não for minha mina, desiste, desencana de chegar perto do meu copo...

Eu poderia ficar horas falando das coisas que odeio, mas aí ia ficar parecendo aqueles velhos que peidam na mesa de jantar que só reclamam...

Talvez eu fique velho um dia. Talvez não... Mas o fato é que, se ficar, vou fazer isso mesmo. Quer dizer, vou reclamar pra caralho e os outros que se virem pra me aturar. Já ouvi reclamação pra caralho na vida. Só não vou peidar na mesa porque muito provavelmente terie incontinência intestinal e precisarei usar fraldas geriátricas... será que foi uma iluminação? Será que deus quer me dizer alguma coisa?

Senhoras e senhores, acabei de ter uma epifania. Com licença, vou ao banheiro me masturbar...



Eu odeio ficar com febre no verão. É uma bosta infinita: eu sou calorento pra caralho, o que já me causa um desconforto bem grande nos dias com temperatura acima dos 15 graus... no verão é uma çoucura. Aí, ficar com febre é uma merda mesmo: porque eu fico suando porque tá calor e porque eu tou com febre... e fico passando frio!

Que merda!

19.1.04


Olha o que meu horóscopo me disse hoje... eu acho que vou começar a acreditar...


Segunda-Feira , 19 de Janeiro de 2004

Eleve uma prece de agradecimento pelo ciclo que se encerra neste momento. Ciclo que certamente não deve ter sido fácil, mas que conteve profundos ensinamentos espirituais, e a certeza de que nada nesta vida é por acaso. Continue observando, aquariano.

Isabel Mueller


Será que elevar uma prece quer dizer "rezar com as mão pra cima"? Que ciclo será esse? Será o quê? E não foi fácil mesmo, eu nem sei do que se trata... Ah, claro que não posso me esquecer dos ensinamentos espirituais de grande valor. Claro que nada é por acaso... tudo é manipulado pelo seu destino, avaliando-se rigorosamente seu carma...

Continuarei observando.


Uma pergunta que toda entrevista deveria ter é infame, mas muito legal e explicita o caráter do entrevistado. Não me lembro em que entrevista que li, mas acho que em algum jornal -do Rio, muito provavelmente- num dos cadernos de cultura, tinha um ping-ponguezinho meio besta sobre literatura. E uma das perguntas era essa. "Leitura de banheiro?" Só me lembro da resposta da Beatriz Segall: "Veja". Genial! Incrível, nada melhor pra ler no banheiro. Fato que me lembrei disso agora à pouco, lendo a Veja. Adivinhem em que lugar...

Por exemplo, se você lê a Veja no banheiro, nada mais apropriado. Agora, quem lê Maiakovski no banheiro, é demonstrativo de muito mais: sua merda deve ser muito mais rica, provavelmente você busca outras perspectivas; ou então, vê apenas que, buscando novos horizontes, como a poesia russa, estará apenas ampliando seu conteúdo merdístico...

Que merda!


Eu odeio anões de jardim. Um dos lugares que eu freqüento para atividades ilícitas é uma pracinha perto da casa onde eu morava. Enfim, essa pracinha é outra história. Aliás, são outras histórias.

E, sendo um neurótico, eu gosto de sentar sempre no mesmo banco -ou nos mesmos bancos, pra ser mais sincero- e olhar sempre pro mesmo lado. Não, isso é mentira, eu olho pra todos os lados: preciso ver se tem algum gambé vindo.

De qualquer forma, hoje eu sentei num desses bancos. Mas era um banco em que eu não me sentava fazia uma cara, já. Até puseram a casa em frente à venda. Sobre essa casa que eu quero falar. É uma casa de esquina, bem grande, umas duas pra baixo da minha. Morava uma mina estranha lá. Não lembro o nome. O pai dela era gente fina, amigo do meu pai. A mina era estranhona mesmo. Na verdade, ela era feia. Meio masculinizada. Meus amigos não gostavam dela, diziam que ela era maconheira. Ah, ainda bem que nunca liguei pra isso, senão...

Sem divagações. Eu nunca tinha reparado, mas no jardim dos fundos, que dá pra praça, tem um ganso -ou cisne, ou cegonha, ou flamigo branco- de gesso. Que horrível. Puta coisa feia, sem condições... anão de jardim não dá, é muito brega.


Eu nunca fui bom de video-game. Eu não sabia dar os golpes especiais. No Street Fighter, eu só jogava com o Blanka, a Chun-Li, o Honda... e só porque os golpes deles eram fáceis: só apertar o botão sem parar, ou então pra trás -ou pra baixo-, dois segundos, e daí pro outro lado com o soco ou o chute. Eu também jogava com o Guile, que era fácil de apelar.

Pra você ter uma idéia, eu nunca terminei o jogo no nível três, que era quando começava a ter final. Eu só terminei no zero. Sem continue, pelo menos. E também no Mortal Kombat, nos jogos de esporte, de primeira pessoa. Eu me dava mais ou menos melhor nos de carrinho, nos de tiro e de estratégia. Mas bem meia-boca, também.

Mas eu nunca liguei muito, não. O foda é que, sendo moleque, eu sempre curti muito video-game. E era meio chato ser grossão. Mas eu também era ruinzão nos esportes.

Futebol, eu era uma lástima. Teve uma época em que eu jogava bem, lá pela sexta série. Eu era um bom zagueiro, embora isso não exista. No ataque era triste, muito triste. Triste a ponto de os caras do outro time comemorarem quando eu fazia gol nas aulas de educação física. E olha que eu contava nos dedos de uma mão os gols que eu fazia no ano.

Basquete e vôlei, melhorzinho: eu tinha altura boa e pulava bem. No vôlei, errava um pouco a mão pra cortar, mas bloqueava direito. No basquete, também era melhor na defesa.

Sempre fui melhor na defesa que no ataque.

Eu era bom de pinball. Acho que ainda sou. Talvez, devo tá um pouco enferrujado.

Sempre fui melhor na defesa. Do que no ataque.


Quando eu era moleque -na verdade, eu tinha uns 14 ou 15 anos- minha vizinha tinha uma amiga muito gostosa. Peraí, deixa eu contar a história do começo.

Eu tinha uma vizinha muito gostosa. Dava pra ver o quarto dela da minha janela. De vez em quando eu olhava, claro. E dei a sorte de vê-la pelada algumas vezes. E ela tinha umas amigas bem gostosas, também.

Já reparou como é incrível: minas gostosas sempre andam com outras minas gostosas. Normalmente quando é um grupinho de amigas. Se forem só duas, o que acaba acontecendo é que uma é mais gatinha e outra, mais feia... talvez eu só pense assim porque é mais fácil comparar duas que várias.

Enfim, a minha vizinha tinha uma amiga muito gostosa. Eu nunca soube o nome dela, engraçado. Ela era alta, acho que bem alta -eu só vi ela mais de perto uma vez-, bem magrinha, tinha cabelo curtinho, joãozinho, e uma carinha de fresca enjoativa. Mas era muito gostosa.

Quer dizer, talvez nem fosse tão gostosa assim, mas como sou fissurado em magrinha, pirava nela. Ela tinha mesmo uma cara de fresca que dava dó... era revoltante.

De qualquer forma, a casa da minha vizinha era tipo um quartel-general das minas: lá elas faziam o esquenta, lá elas tomavam banho, lá elas se maquiavam, lá elas se arrumavam, lá elas jantavam (muito provavelmente), lá elas se penteavam, de lá elas saíam pras baladas.

E, como o banheiro era do lado do quarto, elas saíam só de toalha, direto pro quarto. E, como do meu quarto dava pra ver o quarto dela, era uma situação bem confortável... mesmo.

E eu até vi algumas das amigas gostosas dela peladas. Mas não essa magrinha. Ela parecia ser muito chata: do que eu ouvia ela conversando com as pessoas, pelo telefone e na própria casa, ela era meio insuportável. Meio? Ela parecia ser muito chata... Mas era gostosa. E eu nunca vi ela pelada; acho que essa é uma das minha maiores frustrações.

17.1.04


Que preguiça... sei lá o que escrever aqui, eu vou só ficar divagando e escrevendo sobre as coisas que eu gosto. Por exemplo, lâmina de barbear nova. Muito bom. Pilhas novas no controle remoto. Que preguiça...

14.1.04


Hoje eu fiquei pensando no título desse blog: fraldas geriátricas - merda que gente grande faz. Mas eu não falo muito das merdas que eu faço, né? Só das que deixo de fazer, eu acho. Sei lá...


Eu coneheço uma guria que uma das coisas mais legais -e mais charmosas, também- nela é a independência aos computadores.

Todas as pessoas que eu conheço são completamente obcecadas e centradas em seus micros... por mais que a pessoa não goste de computador, ou diga que não gosta, ela, mesmo assim, sempre se preocupa em avisar quando vai viajar para que ninguém mande aqueles imeios gigantescos e tal...

Ela, não. Ela está cima disso. Ela ignora, solenemente, os imeios. A internet e essas coisas que, mesmo sendo legais, dão uma lesada na galera... Acho até que ela nem tem uma conta de imeio... que máximo.

Acho que eu sou meio obsessivo. Eu fiquei pensando nisso o dia inteiro. Legal é que essa mina que eu conheço nunca vai ler isso aqui. Se fudeu... mas, fiquei pensando nisso o dia inteiro mesmo.


Fato primeiro: perdi o show do Arrigo... os ingressos tavam esgotados há uma semana. Que bosta! E depois, a cerva ainda tava quente...

13.1.04


É, não vai dar tempo de escrever nada, se não eu perco o show do Arrigo...
Dentro do Maverick, cheirando a jasmim, passa o coroa fazendo sinal: psiu, psiu, princesa, você já foi ao Playcenter?

E dá-lhe, Clara Crocodilo...

12.1.04


Fato que estou indignado! Mas não importa por quê, mas tem gente que fode. Quer dizer, no fundo, não... às vezes -e muitas vezes- elas estão certas e nós, do alto do nosso egoísmo auto-centrado, nos irritamos com elas...

Maior fim-de-semana de patrão: à beira da piscina, tomando umas geladas, comendo um churrasquinho e fumando um verdinho. Campeão! Mais uma vez faltou um B, o de sempre... mas sei lá, nesse aspecto foi meio estranho.

Puta sono, melhor ir dormir. Mas a ficção da minha vida é, de fato, uma bosta. Nada de legal acontece, mas li um livro legal. É um livro bem sujão, bem legal.

Uma amiga que me emprestou: "Acho que você vai gostar, é a sua cara..." Ótimo. Agora, toda vez que alguém vê algo pervertido lembra de mim. Se ainda eu fizesse coisas pervertidas, tudo bem. Mas não, sou um carinha até que careta demais...

Careta! Bundão, maior burrão do mundo. Cabaço. Fato que a auto-flagelação é uma coisa que faz muito mal pra auto-estima. Será que leva à baixo-estima? A infâmia é gêmea da estupidez... De qualquer forma tive meus momentos bad-trip de sempre.

Qualquer coisinha já me abala, que bosta! Mas acho que esse é o tipo de coisa com a qual vou ter sempre de conviver. Talvez vanha do fato de eu fantasiar demais. Talvez venha de uma incompetência, incapacidade inacreditáveis ou talvez seja só energia sexual acumulada...

E acho também bem irritante essas coisas de ficar escrevendo no blog. Eu até sou sincero e tudo, mas queria escrever coisas que não dissessem tanto de mim. Queria poder falar de coisas mais banais, afinal, essa é a do blog, não?

Como eu sou mala, tou me irritando comigo mesmo. Talvez seja fome... talvez seja sono... talvez seja falta de sexo. Incrível como isso afeta nossa cabeça. Ficar uma cara sem trepar abala o humor de qualquer um...

Chega dessa punhetagem mais que virtual, que saco!

9.1.04


Estou indo pra praia! De novo. Incrível, vou começar a pagar de boyzinho agora que vou toda semana pra praia. Vou pro Guarujá, pegar uma cor e destruir as ondas. Hahahahaha, até parece, e perder meu visu urbanóide-cosmopolita-doente de São Paulo? Como assim, parecer uma pessoa saudável? Deixar meu stress e toda minha irritação de lado? Bobagem... o que pega é ser toscão mesmo, viver na cidade grande e se fuder pra caralho por conta disso...


Primeiro dia de trampo! Quer dizer, no escritório. Mas eu não gosto de dizer que é um escritório, soa corporativo demais...

8.1.04


Recém-chegado do Bar Léo, devidamente alcoolizado, e zuado... puta, ontem fumei uns cigarros (pelo menos era Malborão...), vários, e fiquei zuado do estômago. A ponto de chegar ao despropósito de deixar meia garrafa de breja sem tomar... e era Serramalte!!! Fiquei indignado comigo mesmo... que cabaço! Em uma certa altura até fui ao banheiro dar uma gorfada; É, Queirós, cigarro é uma merda...

Fato que o chopp lá é diferente mesmo... acho que a Brahma faz uns barris especias pro Léo, não é possí­vel: o gosto do chopp é diferente. Enfim, depois tem o sandubão de carne crua, campeão também. Fato que com pão preto é melhor, mas o francês tá valendo.

"Aê, Francês, fica ligeiro senão nóis te entorta..."

Devidamente blogado. Cara, eu odeio as expressões de internet: inicializar? rebootar? Sei lá, agora não lembro de mais nenhuma... Tem uma goteira no banheiro aqui de casa. Em cima da privada, puta coisa desagradável... vai ser foda de cagar com chuva...

Já reparou como eu uso bastantes reticências? É porque eu não gosto de concluir as frases. Já reparou também como eu gosto de ficar explicando e teorizando tudo que eu faço? "Puta cara mais nóinha, meu...", "Tipo assim, carinha, você é mó mala, tá ligado?"

Aê­, minazinha, se liga! Puta, odeio gente burra. Mas odeio mais mulher burra! Não dá, burrice é uma coisa insuportável. Liga essas minazinhas que falam assim: "ai, carinha, tipo assim..."? Vetada! Soco na cara, dedo olho e tapa na bunda!!! Três exclamações é muito? Foda-se, o blog é meu e eu ponho quantas exclamações eu quiser.

Fato que não gosto muito de exclamações... só de reticências! Aí­ eu fico baixando vários filminhos da net... mas me recusei a baixar Kill Bill (o novo do Tarantino): esse eu vou esperar, roendo as unhas, pra ver no cinema.

E salve a Uma Thurman! E abaixo as exclamações!

7.1.04


Momentos finais antes de sair em minha mais nova epopéia de dimensões megalomaníacas (quanta pretensão...): ir às redações de quatro ou cinco jornais com o carro estourado. Calma, eu explico. Fui viajar no fim do ano e roubaram o rádio do meu carro. Como "a situação tá difícil", só vou poder consertar a porta no fim do mês, vírgula, daqui a algumas semanas. Mas as entregas não podem esperar (pensamento corporativo). Então, com goteira e tudo mais -leia-se barulhos, desconforto e insegurança- partirei em busca do CD de ouro. Mentira, eu vou é me livrar dos CDs...

Tudo bem, eu devia ter feito isso ontem, mas é que me ligaram e me chamaram pra tomar umas brejas. Aí, o convite é irrecusável.

Sabe quando você fica obcecado por uma pesoa? É estranho demais. Quer dizer, já me aconteceu antes, mas quando eu tinha 13 ou 14 anos... na época era legal, sofrer de amor. Ler a "Lira dos vinte anos" do Álvares de Azevedo e me identificar, pensar: "Puxa, é assim mesmo que me sinto..." Mas agora, depois de véio? Cheio de barba -mal-feita, diga-se de passagem- na cara? Depois de tanto esforço pra me desprender dessas coisas mundanas (?) e atingir um nível de transcedência culminante?

Enfim, é só, na real, uma questão sexual. Nem tou tão obcecado assim, só queria comer essa mina... mas é que eu gosto de exagerar meus "problemas" e ficar teorizando sobre as coisas...

Da mesma forma é o... que mesmo? Esqueci. No papel, quando você tá escrevendo um barato e esquece ou erra, só rabiscando por cima. O computador é muito mais limpo. Talvez por isso eu ainda prefira o papel. Para algumas coisas, claro. Não dá pra pôr meu blog no ar com papel... mas, por ser mais sujo, o papel tem mais a minha cara...

6.1.04


Engraçado como algumas majors lançam uns discos completamente sem propósito comerciais. Quer dizer, mais ou menos. A Universal, por exemplo, jamais lançaria um álbum do Fellini ou da minha banda... Acho que eles têm é contrato. Aí­ é legal. Mas poucas pesoas podem se dar ao luxo de lançar um disco estranho numa major... só se você tiver um público, já tiver uma certa fama e optar (deixa eu ressaltar: OPTAR) pela bizarrice. É o caso do Arnaldo Antunes. O segundo disco dele, Ninguém, de 1995, seguindo o bizarrí­simo Nome , de 93, projeto multimidiático que, além do disco, inclui um ví­deo e um livro de poemas...

Enfim, o disco é de uma inviabilidade comercial impressionante. Letras esquisitas, sem o menor sentido que não o de brincar com a estrutura fonética das palavras, arranjos esquisitos, barulhinhos, muita inovação e uma diagramação muito bonita.

Desde o começo o disco já causa uma sensação -pequena, mas depois cresce- de desconforto: a faixa-tí­tulo e primeira do álbum é uma declamação verborrágica de coisas "com" e "sem"...

As bizarrices vão indo: nomes estranhos, um trecho da carta de Pero Vaz de Caminha; ele até musicou um poema -altamente estranho, claro- de Augusto dos Anjos, ele também um poeta bizarro. "O agregado abstracto das saudades", o que quer que isso queira dizer...

Incrivelmente, esse disco produziu alguns hits: "Fora de si" (que até entrou na trilha sonora do filme Bicho de sete cabeças...), "O seu olhar" (uma das músicas mais lindas que já ouvi, talvez por ser extremamente simples...) e "Judiaria" (um remake digní­ssimo de Lupicí­nio Rodrigues).

O disco é bem estranho mesmo, como já devo ter dito umas 35432187651987641 vezes, e me fez lembrar de como as pessoas não estão preparadas para o diferente. Ou como elas repelem o estranho de maneira quase irrevogável.

Por quê? Será que é tão ruim mudar, fazer algo inusitado? Será que já estamos tão acostumados ao nosso mundinho pequeno-burguês de classe-mérdia que, tudo que fuja do lugar comum (aliás, composição de João Donato e Gilberto Gil, faixa 10 do disco de Arnaldo) mesmo que oriundo da mesma classe-mérdia, nos causa uma repulsa tão imensa que é melhor ignorá-la? Ou será que estamos tão acostumados a um tipo de dominação cultural que, mais uma vez, tudo que foge do lugar comum e do comercial enlatado, nos causa uma estranheza tão grande que não exista consumo possível?

O disco é bom, se você não levar em conta o caráter não comercial dele. Fato rápido: normalmente, as tiragens mí­nimas que as fábricas exigem das gravadoras é de mil cópias (a nova lei que obriga os discos terem a tiragem impressa explicitou isso). A tiragem atual desse disco foi de 500 cópias. Isso sim é estranho! Os arranjos são bons, os músicos também e, se você gosta de descontruções lexicais, vai gostar das letras também.

Talvez Arnaldo seja o poeta pseudo-concreto com melhor relação competência-apelo pop. Ele diz, sim, coisas inteligentes e criativas sem, no entanto, cair no absurdo e sem se isolar na famosa torre de marfim em que, infelizmente, acabaram caindo os verdadeiros concretos: irmãos Campos e Décio Pignatari. Além de ter uma das vozes mais legais da música nacional, ele tem umas composições interessantes: o uso de barulhos e samplers apenas enriquece esse aspecto.

Portanto, deixe de ser preconceituoso e afeito ao lixo cultural que, direta ou indiretamente, consumimos e corra atrás desse álbum: ouça com calma e atenção. Afinal, "nem tudo que usa se tem". E, mais ainda: "Nem tudo que se tem se usa". Tenha e use esse disco.


Eu não consigo muito me abrir. Com ninguém, salvadas raríssimas exceções (hei, eu tou falando com você mesmo, afinal, espero que pelo menos meus amigos leiam essa porra, embora essa não seja a página do Porra...). Aí eu entro no blog e escrevo o que quero. É fácil, eu uso um pseudônimo... mas, caralho, quem lê esse blog sabe que é o meu. Então não adianta nada. Então é melhor entrar e ficar só escrevendo ficção. Mas aí o legal vai ser que eu vou poder misturar ficção com realidade e você nunca vai saber...

Sobre essa de misturar ficção e realidade, tem um filme muito legal chamado Mephisto (do diretor Istvan Szabó, com o Klaus Maria Brandauer), de 1981, em que um ator alemão (Brandauer) entra tanto na piração do personagem, o próprio Mefisto, que acaba se desligando da realidade em que vive: a alemanha nazista no auge da Segunda Guerra. E, no começo ele era oposição ao governo mas, ao longo do filme, suas aspirações políticas se vão diluindo na incorporação do personagem, culminando numa apresentação para o próprio führer. Talvez a melhor de sua vida... pronto, contei o fim do filme mas tudo bem, não é isso que importa, o legal é você ver a transformação que o personagem de Brandauer sofre ao longo do filme, as concessões pessoais que faz em detrimento de sua "arte" e a indignação que causa nas pessoas próximas a ele.

Talvez seja esse tipo de alienação, aqui no sentido marxista de afastamento, que eu esteja tentando evitar... talvez eu queira, sim, um pouco -e só um pouco- ficcionar minha vida. Talvez eu precise de um pouco mais de ação na minha vida, talvez tudo seja muito chato, talvez eu não faça nada, só fique escrevendo no blog. E olha que eu nem sou tão assíduo assim...

Na verdade, eu fantasio demais. A minha psicóloga já tinha me alertado disso e é verdade... eu sempre fico ponderando e considerando hipósteses antes de fazer as coisas... e quando as coisas dão errado -e isso acontece com certa freqüência- eu fico estipulando planos para que elas não tivessem saído da forma como sairam... eu tenho idéias ótimas e atitudes melhores ainda para evitar merdas que já aconteceram.

Será que é esse tipo de alienação que eu quero? Eu sempre tento ser algo a mais do que sou e, ainda assim, não sendo hipócrita. Como é ser eu mesmo? Quem sou eu? Essa pergunta parece aquelas adolescências imberbes e talvez seja mesmo, mas é o tipo de coisa que me aflige um pouco. Ou melhor, que me aflige de verdade.

Quem somos nós? O que estamos fazendo aqui? (Peraí, assim eu vou acabar descambando em conversa sobre ETs e OVNIs e sei lá o que mais...) Vou mudar de assunto, tenho fortes tendências depressivas e isso pode fazer mal pra mim (chega de tomar anti-depressivo, eles me brocham. De verdade...)


Portas fechadas, olhos abertos. Apaguem as luzes. Apaguem que elas me cegam...

Eu sempre quis começar um texto assim. Você, que leu esse começo, achou bom? Envie sua resposta para Rua Cadiriri, 145 ou ligue para mim no telefone que aparece em seu ví­deo (11) 1406. Enfim, quanta bobagem.

Ficar surtando no computador... hoje eu li no blog de uma amiga sobre a vitalidade do computador. Aí­ eu postei um comentário e tal, e fiquei pensando no que escrevi lá. Só por curiosidade, o textí­culo no blog se chama "Necessidade".

E eu sempre tento ser moderninho e estar sempre "antenado" (puta, eu odeio essa expressão!) com as coisas tecnológicas e os novos avanços da internet e como que eu vou adaptar à minha profissão essa ferramenta. Agora eu penso na famigerada exclusão digital... porra! São poucas as pessoas que têm acesso à internet e parece que todo mundo só fala nisso o tempo todo: você vê na tevê, ouve no rádio, lê no jornal e nos anúncios parece que isso é tudo que há.

Pra se ter uma idéia, a inclusão digital em Sampa é da ordem de 25%, ou seja, apenas um quarto da população da cidade tem computador ou acesso à internet. A cidade mais incluída digitalmente (ai, que expressão mais hype. Mamãe, quero ser descolê!) no paí­s é São Caetano (SP), em que 41% da cidade tem computador... nem a metade. Aliás, São Caetano é a cidade com melhor IDH (Í­ndice de desenvolvimento humano) no paí­s. É a melhor cidade do paí­s e nem metade das pessoas têm computador.

Será que é um exagero o destaque que, principalmente, a mí­dia vem dando à tal da rede mundial? Ou será que é só uma questão de tempo até todos terem seu computadorzinho com acesso banda-larga ou mesmo cabo à internet?

4.1.04


Uma semana na praia e parece que não aconteceu nada... sei lá, tá tudo igual. Tirando o fato de que acabou-se o bamba e tudo voltou à caretice; mas isso aí é fácil de resolver. Dois telefonemas e tudo celto.

"Não, seu gualda, tava só apertando um fininho, só tenho essa paranguinha aqui, ó... nem dá pra nada, dois peguinhas; e não vai dar nem uma brisa..." Tá bom, então. Deixa quieto, melhor mudar de assunto.

A viagem era por três Bs: Breja, Beque e Buceta. Na saí­da de Sampa, o primeiro problema: na hora de muquiar o baseado, ele cai na entrada de ar do carro. Primeiro indí­cio de bad trip. "Bobagem, depois a gente desmonta o painel e pega essa paranga aí­..." An-hã... claro que não!!! Mas o funileiro conseguiu pegar o bamba pra nós. Tanto que acabou!

O segundo B rolou: breja, breja e breja!!! Parágrafo curto.

Buceta. Esse aí­ não teve jeito. Mas tudo bem, São Paulo é praticamente um açougue de luxo, só as bucetinhas cheirosas. Bela bosta, nenhuma delas vai querer dar pra um cabeludo barbudo que nem eu... e salve a bronha! Esse poderia ter sido o terceiro B da viagem. Vetado! Viajando com amigo homem isso tá completamente vetado!

Ah, roubaram meu rádio. Mas eu não quero falar sobre isso. É muito duro pra mim.

O legal de ter um blogue é ficar escrevendo essas coisas e não ter que se preocupar com o quê... mas eu tento sempre passar uma imagem de cara legal e inteligente e engraçado, mas sei lá, tudo é uma bosta. É tudo muito falso.

Na verdade, a gente precisa ser falso. O problema é descobrir um jeito de ser falso sem ser hipócrita. Hipocrisia não dá... as relações sociais em que nos metemos nos fazem pensar bastante sobre essas posturas.

Peraí­: "relações sociais"? Que merda! Onde eu tava com a cabeça pra ter escrito isso? Enfim, você acha melhor se fingir uma coisa pra, por exemplo, levar uma guria pra cama ou ser você mesmo e correr o risco de ficar, literalmente, na mão? Esse é o problema. Eu acho que prefiro fingir qualquer coisa pra comer uma mina e foda-se, mesmo, se ela for maior e vacinada tá tudo em casa, ela que quis dar pra mim, não forcei ninguém...

Mas na hora, não consigo ficar naquele papinho de xaveco. E, muitas vezes, eu acabo desencanando da minazinha antes... É muita falsidade, vou ficar falando um monte de coisas que não têm nada a ver só pra comer a mina...

E, se eu desencano e sou sincero, acabo ficando amigo da mina... aí­ também não vale, pô!!! Acho que eu preciso é me envolver com a pessoa, ao menos um pouco. Trepar por trepar é bom, mas com uma mina que não tem nada a ver com você? Com quem você não pode nem trocar idéia direito? Deixa quieto.

Será que eu sou carente demais? Que bosta, em, Queirós?

sACal
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LegAL
ooooo
000
OOOOO
bmw placa bmw
001
piada
ouro
002
sarcasmo
frenar
003
irreverência
dourado
004
cerveja
swarowsky
005
gonzo
light
006
sexo
hipocrisia
007
ruído
silicone
008
magrelas
assepsia
009
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coleções
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cagüetagem
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silêncio
caga-regrice
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bolachas de chope
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burrice
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objetos etílicos
a polícia
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the police
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veadinhos
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trema e circunflexo
sem texto
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contexto
responsável
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sol
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estética
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domínio público
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banheira
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cachaça de verdade
micro$oft
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evangelização
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I
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SSSSS
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