14.6.06
Treze videos de música
Por partes.
O primeiro video é um improviso do malucão Michael Manring (tocando um baixo fretless de três oitavas com E-bow) e Bob Culbertson (fritando no Stick). Só instrumentos estranhos produzindo música boa. Achei legal que no Stick as cordas mais graves ficam no meio do braço. Não sei se isso facilita o tapping, a formação dos acordes ou o solo, mesmo.
O segundo é uma versão ao vivo de Crossroads, com o Cream. Não preciso dizer mais nada.
O terceiro é o Cream dublando a si mesmos em I Feel Free. Gosto da forma irônica que Jack Bruce se dubla, especialmente na parte do hmmm-hmmm. Reparem no instrumento que ele está tocando: parece uma Fender Jaguar. Na verdade, é um Fender VI Bass, um dos primeiros baixos de 6 cordas a ser fabricado. Era um pouco diferente dos de hoje, que usam a afinação por quartas em todas as cordas: esse baixo, desenvolvido em 1961, tinha a mesma afinação da guitarra, uma oitava abaixo.
O quarto video, ainda Cream, é White Room, na turnê de 2005, celebrando 60 anos de titio Clapton. Os tiozinhos ainda quebram tudo e deixam muita bandinha de roquinho de hoje no chinelo. Principalmente a minha, cheia de ares de psicodelia. Se for assistir a apenas um video, que seja esse.
O quinto video é de um quinteto canadense de metais. O nome? Adivinhe só: Canadian Brass. Eles são bem mais criativos que o nome sugere. Naipe completo (trombone, tuba, trompa e dois trompetes) de metais. Música boa e clipe bem-humorado.
O sexto é o video clipe de Santa Maradona (Larchuma Footbal Club), do Mano Negra. Dupla provocação: para alertá-los de que foi lançado recentemente um DVD -que parece muito massa- da antiga banda de Manu Chao. E pra gente pensar nasceleição. Gosto do refrão "Santo Maradona reze por nós". Aliás, ia pôr o video de Pas Assez de Toi, uma das minhas músicas favoritas do Mano Negra, mas a qualidade tava ruim demais. Vocês vão ter que procurar sozinhos.
O sétimo video é Stevie Wonder usando um talkbox pra cantar Close to You. Efeitaço, quero um desses. Outra repostagem em fraldas GERIÁTRICAS.
O oitavo são três bateras doidões, a saber, Marco Minnemann, Johnny Rabb e Thomas Lang, pirando -literalmente- com suas baquetas. Atenção, eu disse com suas baquetas, não há nenhum tambor ou prato envolvido. Eles ficam mais de três minutos fazendo rudimentos e malabarismos no chão. E, depois, se levantam e fazem os rulos nas próprias baquetas. De cair o queixo. Gosto particularmente da parte, quase no fim, em que eles vão "transferindo" o rulo de um para o outro.
Você irá comparar o nono e o décimo video para entender o que é envelhecer com dignidade & experiência. I'm So Glad em 1968 e em 2005. Reparem que o possuído Ginger Baker usa o mesmo prato rebitado nos dois shows. Aliás, tava pensando em rebitar um dos meus pratos (curiosamente, o que fica na mesma posição de titio Baker, mera coincidência), mas é claro que você não liga a mínima pra isso.
O ônzimo video é uma piada de mau-gosto. É uma minazinha, gostosa por sinal, que foi uma das candidatas do Ídolos. Ela foi sumariamente vestida e, depois de cantar pessimamente, implicou com os "jurados" e saiu armando o barraco. E barracas, suponho eu.
Dôzimo: theremin. Mais pra ver como funciona que pra ouvir, na verdade.
Trêzimo pra quebrar tudo novamente. Herbie Hancock, Ron Carter e Billy Cobham ao vivo. E tenho dito. Melhor que ficar lendo isso é ouvir os caras.
Treze é um número que dá azar? Pense bem antes de responder. Até colocaria mais coisas, mas basta por hoje. Aliás, duvido que alguém veja esses videos, mesmo.