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10.4.06

Jogos 


Uma puta diversão
O ruído da tranca da porta se fechando foi a epifania de que não precisava. Sabia bem demais da minha situação para ter um insight daqueles. Mas, no fundo, não me acovardava porque, afinal, eu tinha sido o responsável por tudo aquilo que agora deveria (com sentido de dever, mesmo) encarar. Cumprir, mais corretamente. Sempre posso alegar para os mais superficiais, ingênuos & imbecis, que só me comportava daquele modo por influência etílica dos oito gin-tônicas que orbitavam minha cabeça (a essa altura já um tanto obesa). Mas, não. Não os suponho superficiais, ingênuos OU imbecis. Não vou usar a velha tática e dizer que estava bêbado demais para responder por mim ou dominar meus atos. Até porque eu NÃO estava bêbado demais. Bem, ao menos não tanto quanto eu gostaria. A verdade é que eu realmente quis fazer aquilo. Talvez (e digo isso sem saber de fato) o álcool apenas tenha me dado aquele élan que faltava, embora duvide muito dessa hipótese.

O clique da tranca é o gatilho da narrativa. Depois a câmera roda, torna-se subejtiva e o que eu vejo é o que vocês vêem. E eu me vejo tracado no quarto. Não tenho medo, muito embora minha visão -e a câmera- tremam. Aqui, sim, efeito da bebida da rainha. É um quarto árido, sem muitos móveis. Decoração acentuadamente cafona. Temática. Imita um rancho de filmes de espaguete-uésterne. O pior mesmo é a roda de diligência pendurada acima da cama, com cada um de seus sulcos & vãos preenchidos por lascas de espelhos bizotados. Fato que isso gera um reflexo bastante esquisito: fragmentado, desconexo & descontínuo e muito deformado.

A cama é dura, o que me revolta um pouco pois me tinham dito que ela era guarnecida com colchões d'água. Até mesmo me cobraram a mais por isso. Não que me importe com o dinheiro que gastei. Não sou perdulário nem esbanjador (muito embora já tenha sido confundido com opulento e esnobe. É, confesso que sou esnobe) mas realmente não me preocupava o dinheiro. De qualquer maneira, ele havia sido bem empregado. O que sufocava um pouco era a colcha de veludo bordô, toda pregueada ao longo da borda cama. Redonda, obviamente. Veludo me incomoda. Não gosto do tato e acho quente demais. Para um dia de verão como aquele, veludo era visivelmente a última opção para quem escolhesse qualquer tecido para qualquer atividade. Mas, no quarto, era a única opção. A não ser, é claro, que despojássemos a cama de qualquer coberta.

A moça ainda me olha assustada. Acho que ela teme ou por sua integridade física ou por sua higiene e sua moral cristã bem moldada. Talvez ela ainda não tenha entendido o que quero com ela aqui. Ela mantém os braços cruzados à frente dos seios, como se quisesse protegê-los de meus olhos incisivos e penetrantes. Não a olho nos olhos nunca. Nunca. Não é pra isso que estamos aqui. Contato visual dessa natureza pode fazê-la perceber minha real índole. Não posso permitir tal coisa.

A vadia é bem-feita. Seios fartos, redondos. Não me pareceram caídos quando ela dançava, só de calcinha e sutiã, no palco, poucos momentos antes de trazê-la para essa espelunca. Aliás, já estava na espelunca. E ela é a epítome do lugar. A melhor de todas. Boa, sim. Boa mesmo. Tem coxas grossas e roliças. Sua vagina marca sua calcinha e deixa ver o rasgo de sua vulva por baixo da lycra vagabunda que veste. A calcinha é grande demais para a função que a moça cumpre. Seus cabelos são longos, molhados como os cabelos de qualquer puta economicamente ativa. Levemente cacheados. Pretos, bem pretos. O que constrasta bem com sua tez quase translúcida. Imagino que seus pentelhos sejam negros e grossos. Vastos. Perco algum tempo, enquanto a olho de cima a baixo demoradamente, imaginando que formato os pentelhos assumem por trás daquela calcinha enorme. Sempre acreditei que a forma dos pêlos pubianos de uma mulher definem seu caráter. Mas nunca consegui associar nenhuma forma a algum comportamento específico.

Eu mando e ela se despe com agilidade. Muita agilidade, por sinal. Eu peço que ela se sente numa cadeira que estava perto da privada. Era uma dessas cadeiras de plástico. Confesso que me arrependi de ter pedido isso a ela, mas só vi o nível de imundície do móvel depois que ela se sentou. Peço pra que ela abra as pernas o máximo possível. Quero olhar bem de perto seu sexo. Não quero tocá-lo, beijá-lo ou possuí-lo. Sim, quero fazer tudo isso, mas não. Apenas olho. Apenas admiro. Peço que ela se toque. Quero vê-la se masturbando pra mim.

Ela não entende o pedido de imediato. Olha-me com aquela cara de quem diz "putaquepariu, outro doente filhadaputa". Eu insisto e peço que ela me diga constantemente no que está pensando enquanto se toca. Ela não consegue fugir do clichê de dizer que pensa no meu "pau grosso duro e louco pra me foder a boceta".

Ela estava indo bem. Eu a interrompo e peço que esqueça que isso é um programa. Ela será paga de qualquer jeito. Aliás, ela JÁ foi paga. Peço a ela que me conte sinceramente o que gosta de pensar quando se masturba.

Ela recomeça e agora ela entende o jogo. Ela me conta de seu namorado. Mas só consegue gozar quando pensa no ex-marido. Aliás, ela só conseguia gozar quando trepava com ele. Quando ele a deixou, para tentar compensar a perda, tornou-se puta: queria ver se conseguia gozar com algum outro cara. Ainda não conseguiu; está na profissão há mais de três anos. É jovem, ainda. Não mais que vinte e cinco.

Quando ela acaba de me contar essa história, percebo que vai gozar. Eu seguro sua mão e começo a acariciar seu clitóris. Ela goza ruidosamente. Digo, em seguida, que ela ainda não gozou com outro homem.

Nesse momento ela me reconhece. Eu evito olhar nos olhos dela. Ela começa a balbuciar qualquer coisa, mas eu já tinha saído do quarto. Enquanto pagava novamente pelo programa, ouvi um choro baixinho vindo do quarto. Ela recebeu dobrado por esse programa e nós nunca mais nos vimos.

sACal
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