12.4.06
Inimigos recônditos
Vai-se a primeira pomba despertada.
Lembram-se dessa, do Raimundo Corrêa?
Ora, direis, ouvir estrelas certo perdeste o senso.
E Olavo Bilac?
Se lembrarem de algum verso do Alberto de Oliveira me falem que eu posto.
Nunca gostei dos parnasianos, mas tenho que assumir que os dois primeiros fizeram algumas várias coisas que são muito, muito boas. Já o terceiro, recordo-me apenas dos sonetos (obviamente) Vaso chinês e Vaso grego. Na verdade, pus as pombas do RC (não o rei) porque este eu queria pôr na íntegra. É foda demais.
Lembram-se dessa, do Raimundo Corrêa?
Ora, direis, ouvir estrelas certo perdeste o senso.
E Olavo Bilac?
Se lembrarem de algum verso do Alberto de Oliveira me falem que eu posto.
Nunca gostei dos parnasianos, mas tenho que assumir que os dois primeiros fizeram algumas várias coisas que são muito, muito boas. Já o terceiro, recordo-me apenas dos sonetos (obviamente) Vaso chinês e Vaso grego. Na verdade, pus as pombas do RC (não o rei) porque este eu queria pôr na íntegra. É foda demais.
Mal Secreto
raimundo corrêa
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse o espírito que chora
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja a ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse o espírito que chora
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja a ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!