5.4.06
Cheio de tudo
Era a hora de dormir. Mas não tinha sono. Aliás, não tinha nada. Nem sono nem fome nem sede nem tesão nem cansaço nem ânimo nem tédio. Nada. Era tudo um vazio. Talvez chei de coisas. Era, de fato, um vazio completamente cheio de coisas. Nenhuma delas boas, no entanto. Mas, confortava-me saber que não era tão oco quanto imaginava.
Ainda que mal-preeenchido.
No fundo, sabia que estava cheio de tudo e vazio de nada.
Com todas as mútiplas possibilidades que se abrem nisso.
Ainda que mal-preeenchido.
No fundo, sabia que estava cheio de tudo e vazio de nada.
Com todas as mútiplas possibilidades que se abrem nisso.