7.2.06
Um-dois-três-quatro-SETE
Pra ela já era tarde demais.
Eu estava apenas me esquentando.
É terrível essa constatação de que as coisas nunca vão se encaixar se continuarmos nesse ritmo descompassado.
Talvez elas nunca se encaixem, mesmo. Às vezes eu lembro de uma das minha primeiras aulas de bateria, há longuíssimos anos. O professor abriu o livro e me mandou tocar uma daquelas levadas facinha de roquenrou. Nem tão fácil assim: tinha umas notinhas pontuadas, que faziam com que a caixa, no último tempo do compasso, ficasse no contra-tempo. Mas, nada de mais, também. De qualquer maneira, cometi algum erro e o professor, na hora disse:
"Peraí, assim não dá, você tá fazendo a condução e o bumbo em quatro, mas a caixa tá em sete por oito."
UAU!
É assim que vai nossa relação. Ela em quatro (atenção: não é DE quatro, em?) e eu em sete por oito. Ela sempre quadradinha, com os acentos na hora certa, sempre tudo direito. E eu, fora do compasso, em sete, cada hora caindo num lugar, com acentos ímpares que dificultam a compreensão.
Ainda mais pra quem, como ela, nem é tão fã assim de músicas com tempos quebrados. Sei lá, parece que, quando ela vai acentuar, eu tou na nota fantasma. Sabe esses descompassos que, falando assim, só músicos entendem?
Na verdade, não é tão complicado. É só uma questão de fuso horário. Ela no horário de verão e eu em GMT.
O pior de tudo é ter que ficar buscando comparações esdrúxulas para explicar um relacionamento que está fadado a terminar.
Por culpa de ninguém. Mais dela do que minha que, ao menos, me esforço pra entender.
É como se ela não quisesse fazer isso tudo. Mas ela nem tem esse poder de escolha porque não faz nada.
Rigorosamente nada. Além de levar a vidinha dela. E tentar levar a minha na cola da dela. E eu, sempre atrás, sempre tentando acompanhar seus longos passos.
Sempre tropeçando nas palavras e nas atitudes erradas que eu sempre tenho e que sempre tento deixar pra trás quando, na verdade, o que fica pra trás é o relacionamento. E eu, claro.
Eu estava apenas me esquentando.
É terrível essa constatação de que as coisas nunca vão se encaixar se continuarmos nesse ritmo descompassado.
Talvez elas nunca se encaixem, mesmo. Às vezes eu lembro de uma das minha primeiras aulas de bateria, há longuíssimos anos. O professor abriu o livro e me mandou tocar uma daquelas levadas facinha de roquenrou. Nem tão fácil assim: tinha umas notinhas pontuadas, que faziam com que a caixa, no último tempo do compasso, ficasse no contra-tempo. Mas, nada de mais, também. De qualquer maneira, cometi algum erro e o professor, na hora disse:
"Peraí, assim não dá, você tá fazendo a condução e o bumbo em quatro, mas a caixa tá em sete por oito."
UAU!
É assim que vai nossa relação. Ela em quatro (atenção: não é DE quatro, em?) e eu em sete por oito. Ela sempre quadradinha, com os acentos na hora certa, sempre tudo direito. E eu, fora do compasso, em sete, cada hora caindo num lugar, com acentos ímpares que dificultam a compreensão.
Ainda mais pra quem, como ela, nem é tão fã assim de músicas com tempos quebrados. Sei lá, parece que, quando ela vai acentuar, eu tou na nota fantasma. Sabe esses descompassos que, falando assim, só músicos entendem?
Na verdade, não é tão complicado. É só uma questão de fuso horário. Ela no horário de verão e eu em GMT.
O pior de tudo é ter que ficar buscando comparações esdrúxulas para explicar um relacionamento que está fadado a terminar.
Por culpa de ninguém. Mais dela do que minha que, ao menos, me esforço pra entender.
É como se ela não quisesse fazer isso tudo. Mas ela nem tem esse poder de escolha porque não faz nada.
Rigorosamente nada. Além de levar a vidinha dela. E tentar levar a minha na cola da dela. E eu, sempre atrás, sempre tentando acompanhar seus longos passos.
Sempre tropeçando nas palavras e nas atitudes erradas que eu sempre tenho e que sempre tento deixar pra trás quando, na verdade, o que fica pra trás é o relacionamento. E eu, claro.