31.3.05
Virgem
Carlos não sabia muito bem como aquilo tudo funcionava, era sua primeira vez. Não sua "primeira vez", mas era a primeira vez naquele local. Logo na porta estranhou o leão-de-chácara que insistia, ao revistá-lo, em dar um tapinha mais forte nas suas partes baixas. Inveja, talvez. Fato que, com isso, Carlos ficou um pouco desiludido: danificar seu brinquedo antes de adentrar o gramado era demais prum virgem de puteiro.
Mas ele sobreviveu ao carinho do segurança. Quando entrou na casa -já perceberam que as moças nunca chamam a casa de "puteiro", mas de "casa"?- viu todos aqueles espelhos que rodeavam todo o ambiente. A meia-luz, o palquinho com aquele cano que vai de alto a baixo e, principalmente, as garotas. Algumas muito bonitas, até. Pouco vestidas.
Uma delas se aproximou, o cumprimentou com beijinhos e se apresentou como Joyce. Vestia apenas um ínfimo biquini e uma sainha só pra constar. Além da sandália de salto-alto, claro. Ele estranhou seu o cheiro da moça: sabia que elas tomavam banho depois do programa, mas não entendia porque continuavam a cheirar a suor. Dpois um amigo lhe contaria que todas cheiram assim, mesmo com perfume por cima.
Carlos não sabia muito bem como agir, não sabia se podia tocar na moça ou tomar algumas liberdades. Já ouvira histórias de amigos que deram verdadeiras dedadas em certas donzelas; nem precisaram de muito xaveco. Se tivesse sorte, colocaria seu dedo lá sem pagar nada mais por isso.
Mas essa parte da conquista não importa, queremos logo ir pra putaria. Os dois amigos de Carlos resolveram dar-lhe um presente: como era sua primeira vez, deveria comer uma das garotas. Joyce, claro.
Menstruada, mesmo? a garota perguntou espantada.
Nossa, que tesão! foi tudo que pôde responder.
Entraram no quarto, ele gozou em quinze minutos, acabou com a putaria da história antes de começar a esquentar, e, nos quarenta e cinco restantes do programa, conversaram sobre poesia eslava. Descobriram que ambos eram fãs de Vasko Popa...