27.1.05
Atenta
Ela ficou tanto tempo me encarando que eu já não sabia mais pra onde olhar. Era estranho, ela ficava ali, parada, secando... Observando tudo com extrema atenção. Não se movia, quase. Olhava e seguia com os mesmos olhos. Acompanhava cada detalhe, cada movimento.
Quando me disseram que a garota era cega, não acreditei. Mas, depois, quando comecei a encará-la nos olhos -bem, ela tinha um olhar tão penetrante que ainda não conseguira fixá-lo diretamente- sem me mover, percebi que ela não me via.
Apenas se concentrava nos sons que a vida produz.
Quando me disseram que a garota era cega, não acreditei. Mas, depois, quando comecei a encará-la nos olhos -bem, ela tinha um olhar tão penetrante que ainda não conseguira fixá-lo diretamente- sem me mover, percebi que ela não me via.
Apenas se concentrava nos sons que a vida produz.