3.11.04
Perfecção
Primeiro você junta seus melhores amigos pra um happy hour. Depois, vocês todos se dirigem à sua casa para continuar a bebedeira. Afinal, o dia seguinte será um feriado. Depois de algumas doses de uísque, uns amendoinzinhos e uma ou outra cervejota, sua namorada passa mal, vomita desmaia e se recolhe a seu ninho de amor. Após expulsar seu último amigo, você vai dormir, não trepa com a sua mina e espera o início do feriado. Você acorda às sete da manhã, fora do horário de verão, claro, e sente-se um tanto de ressaca. Toma um epocler. Nada ocorre. Aliás, algo ocorre: você piora, uma leve cólica se instala em seu corpo. Nada que você não tenha visto antes. Na verdade, ela é até fraca. Você tenta dormir. Não consegue. Às três da tarde, você vai ao hospital. Toma buscopan na veia e fica quase bom, a dor, ao menos, passou. Passam -você e sua garota- o dia jogados na cama, vendo tevê. Por volta das oito, ela começa -ou recomeça- a reclamar de uma dor nas costas. Você faz uma massagenzinha picareta nela, mas nada ocorre. Aliás, algo ocorre: a dor fica mais intensa. Não há posição em que ela possa ficar para amenizá-la. Você decide, então, levá-la ao hospital. Depois de três horas de soro -mais buscopan-, raio-xis, exame de urina e uma desconfiança de que poderia ser cálculo renal, vocês, finalmente, saem do hospital depois da meia-noite e encerram com chave de ouro um fim-de-semana prolongado abominável.
Apenas para registrar nos anais da história.
Apenas para registrar nos anais da história.