16.4.04
Como sempre, as coisas acabaram
E depois de tudo, ainda eram as mesmas pessoas. Depois de tudo que tinha acontecido, depois de tudo que tinham dito um pro outro, depois de tudo que tinham feito um ao outro...
Tudo ainda era mais ou menos igual. Os dois. Mas já fazia tempo, não era mais aquele frisson do começo. No fundo, sabiam que seria assim, que ficariam velhos, que ficariam cansados e que, enfim e afinal, se enjoariam um do outro...
Mas eram, de qualquer forma, as mesmas pessoas ainda. Ainda gostavam das mesmas coisas, faziam as coisas do mesmo jeito. Até gostavam um do outro, mas aí não era a mesma coisa. Se gostavam, sim, mas de alguma forma diferente. Que, obviamente, não sabiam precisar nem definir. Mas iam levando.
Eles se gostavam ternamente. A paixão havia se esvaído muito tempo antes. O que não quer dizer que não trepassem. Trepavam, era bom, era um sexo confortável, embora sem segredos. Apesar de não ter muitas emoções e sensações novas, era gosotoso; orgasmo garantido. Não tinha uma vez que trepassem que não gozassem, ambos, pelo menos uma vez que fosse... mas era burocrático.
Mas, depois que ela arranjou uma amante, ele achou que as coisas melhorariam. Ela estava, na cabeça dele, querendo esquentar a relação. Pobre engano, ele nunca entendeu quando ela usou a expressão AMOR pra falar da nova companheira.
Ontem ele estava no bar que sempre ia. Bêbado como poucas vezes foi visto. Dizia que era só um caso adolescente, meramente curiosidade juvenil. Atração infantil pelo mesmo sexo, Freud explica... mas ainda assim ele não entendia.
Hoje, todos o esperavam no bar, inclusice eu. Mas ele não veio. Ligamos pra sua casa (ele ficou com a casa do casal. Ela foi morar com a namorada) e ninguém atendeu.
Ninguém estranhou quando o carro do serviço funerário passou com as sirenes berrando alto. Faziam o escândalo que ele preferiria ignorar.
Tudo ainda era mais ou menos igual. Os dois. Mas já fazia tempo, não era mais aquele frisson do começo. No fundo, sabiam que seria assim, que ficariam velhos, que ficariam cansados e que, enfim e afinal, se enjoariam um do outro...
Mas eram, de qualquer forma, as mesmas pessoas ainda. Ainda gostavam das mesmas coisas, faziam as coisas do mesmo jeito. Até gostavam um do outro, mas aí não era a mesma coisa. Se gostavam, sim, mas de alguma forma diferente. Que, obviamente, não sabiam precisar nem definir. Mas iam levando.
Eles se gostavam ternamente. A paixão havia se esvaído muito tempo antes. O que não quer dizer que não trepassem. Trepavam, era bom, era um sexo confortável, embora sem segredos. Apesar de não ter muitas emoções e sensações novas, era gosotoso; orgasmo garantido. Não tinha uma vez que trepassem que não gozassem, ambos, pelo menos uma vez que fosse... mas era burocrático.
Mas, depois que ela arranjou uma amante, ele achou que as coisas melhorariam. Ela estava, na cabeça dele, querendo esquentar a relação. Pobre engano, ele nunca entendeu quando ela usou a expressão AMOR pra falar da nova companheira.
Ontem ele estava no bar que sempre ia. Bêbado como poucas vezes foi visto. Dizia que era só um caso adolescente, meramente curiosidade juvenil. Atração infantil pelo mesmo sexo, Freud explica... mas ainda assim ele não entendia.
Hoje, todos o esperavam no bar, inclusice eu. Mas ele não veio. Ligamos pra sua casa (ele ficou com a casa do casal. Ela foi morar com a namorada) e ninguém atendeu.
Ninguém estranhou quando o carro do serviço funerário passou com as sirenes berrando alto. Faziam o escândalo que ele preferiria ignorar.