29.3.04
O teto tá girando
Ela entrou no bar e todos olharam. E não foi só por causa da saia curta e do decote. Pausa: decote. Que decote. Era um decote longo, vinha quase até o fim dos peitos dela. E eles eram muito bonitos, bem formados, do tamanho certo, bem redondos, firmes... Deixa eu voltar pra história antes que comece a pensar demais.
Todos olharam pra ela. Evidente que era bonita, charmosa e sexy. Muito sexy. Mas não era isso. Ou antes, não era só isso. Era a forma como ela andava e como olhava, claramente, todos nós nos olhos. Profundamente. E parecia que pedia muita ajuda.
Foi entrando no bar, olhando a todos. Caminhou por entre as mesas -ainda atraindo olhares, embora já houvesse passado aquele frisson inicial-, e sentou à minha. Do meu lado. Meus amigos, três, que estavam comigo olharam-se intrigados; antes de olhar pra mim, intrigados. Ela sentou e me olhou como se me conhecesse já há muito tempo.
Fato que também fiquei intrigado. Talvez a conhecesse, mas não lembrava mesmo. Talvez já tivesse tido algum tipo de relacionamento com ela. Pela cara dela, se tivemos algo, foi importante.
Mas eu acho que estava bêbado demais, no fim das contas... não me lembro do resto... não sei o que aconteceu, só me lembro, na manhã seguinte, de acordar do lado dela em algum quarto de motel.