30.3.04
Felicidade induzida -o que quer que isso queira dizer
É engraçado como as pessoas reagem ao ouvir uma história, elas se entretem, se concemtram. Quer dizer, eu digo que é engraçado porque não é sempre que as pessoas prestam atenção em mim. E quando prestam, é sempre por alguma merda que eu disse ou alguma coisa estúpida que fiz. É foda não ter senso de ridículo.
Mas quando eu conto minhas histórias, tudo muda. Elas ficam atentas a cada detalhe. É bem legal, posso me pretender um diretor de cinema: sutilmente, mudo a locação, dou um movimento de câmera diferente, ponho um corte-seco aqui, um fade ali... quebro um pouco a linearidade da narrativa, meto um flashback no meio.
E elas ouvindo, envolvidas naquilo, tentando estabelecer alguma relação de realidade naquilo tudo. Ficam tentando saber se aquilo é real, falso ou meramente uma piada. Ninguém nunca sabe o que pode acontecer. E elas ficam buscando informações na minha biografia pra tentar estabelecer paralelos com o que está saindo da minha boca.
Mas não é sempre que as coisas dão certo. Às vezes eu não conto uma história boa, decepciono as pessoas, elas ficam me olhando como se eu fosse um imbecil -talvez eu seja mesmo- e não entendem PORRA nenhuma. E eu fico mal com isso, me sinto o maior dos imbecis e tomo mais um prozac. Aí me sinto bem de novo.
Na verdade, depois disso, me sinto um gênio incompreendido, à frente do meu tempo.