17.3.04
Conto de terror, morte e pânico
Era uma vez...
Não, não, peraí. Deixa eu começar direito, assim tá muito cara de conto-de-fadas. E nós NÃO queremos isso, queremos? Fala "não" que você acerta. Certo, então estamos combinados. Então vamos começar logo essa história que você já tá lendo há um tempão e nada acontece.
Aliás, por falar em nada acontece, não te dá uma agonia quando você tá vendo um filme e não acontece nada? Você fica lá, esperando a ação, esperando acontecer alguma coisa, esperando um pouquinho, pelo menos, de aventura, e nada. Nada. É muito chato, nada acontece. E quando você começa a ler um livro e o cara fica divagando, naqueles fluxos de consciência -inconsciência, às vezes- intermináveis e você, ali, esperando algo acontecer. E quando você tá xavecando uma mina e ela até corresponde, mas nada acontece. Você tá a fim, ela também e nada acontece.
É, realmente é uma merda. Mas deixa eu contar minha história, senão vocês acabam parando de ler e eu perco meus fãs. Todos os três. Aí fica foda, como vou viver na sociedade do espetáculo sem fãs? Como perder meu status de celebridade? Aí eu ia ficar deprimido, chamar o TVFama pra contar minha trágica história, até imagino o GCzinho que os caras colocariam: "Famoso escritor perde fãs e tenta suicídio ritual". É foda ser um superstar nos dias de hoje, você tem muito a zelar pra não perder sua pose.
Deixa eu começar minha história. O dia começou como um dia qualquer. Peraí, preciso cagar.
Ufa. Agora que já caguei, estou bem melhor pra contar. Ué, a campainha?